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Lisboa, 05 Fev - Uma petição a reclamar a continuidade do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) no Mosteiro dos Jerónimos está acessível na Internet e já reuniu mais de meio milhar de assinaturas.
Os signatários exigem a manutenção do Museu naquele "espaço monumental", depois de o ministro da Cultura ter anunciado, em declarações à imprensa, que o Museu transitaria para a Cordoaria Nacional, juntamente com os serviços de arqueologia do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).
Os signatários contestam ainda a anunciada ampliação Museu de Marinha "para o espaço onde se encontra o MNA", assinalando que este Museu "tem outras hipóteses de expansão", designadamente "todo o espaço que lhe pertence entre o pavilhão das galeotas até à R. D. Lourenço de Almeida, ou o edifício da Cordoaria Nacional".
Terça-feira, na Assembleia da República, o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, anunciou a integração do núcleo de arqueologia aquática do IGESPAR no actual Museu de Marinha.
Os signatários realçam que "existem condições de coexistência, no complexo dos Jerónimos, do MNA e do Museu de Marinha" e lembram, a propósito, ter sido apresentado "um plano que previa a gestão global do espaço e dos fluxos de visitantes do espaço envolvente".
"Tal como apresentado e justificado à tutela considera-se fundamental a obra de ampliação do MNA, que servirá igualmente, em maior escala, para benefício da zona de Belém, requalificando áreas importantes do complexo monumental dos Jerónimos, hoje inexplicavelmente abandonadas", lê-se no texto.
A petição, disponível em http://www.peticao.com.pt/museu-nacional-de-arqueologia, recorda que, desde 1995, "sucessivos Governos" prometeram realizar "obras de remodelação e ampliação do museu no complexo dos Jerónimos", objectivo "considerado prioritário e incluído em programas eleitorais e de governação".
O MNA encontra-se instalado naquela ala dos Jerónimos desde 1903.
Em declarações à Lusa, o arqueólogo José d'Encarnação, um dos signatários da petição, afirmou que "até é aceitável que o Museu de Marinha se expanda e o MNA saia de onde está, mas que ganhe um espaço próprio e com capacidade de exposição dos seu espólio e reservas, já que o actual espaço se mostra diminuto".
O investigador recordou que esta é "uma pretensão muito antiga do Museu de Marinha que chegou a ser incentivada pelo antigo Presidente da República Américo Thomaz".
Os peticionários consideram, a concluir, que "não faz sentido retirar o museu deste espaço monumental, não fazendo igualmente sentido transferi-lo para edifícios que não fazem parte do Ministério da Cultura", pelo que apelam para uma "reavaliação da situação".
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