E tudo isto porque sucessivamente se sucedem acontecimentos sucedidos.. e isto não é mais do que a História..
E a História não é mais do que uma parte, uma pequena fatia, da cultura..
E é sobre cultura que me “apetece” escrever.. e não é um apetite só por si.. é uma necessidade, tendo em conta o estado actual das coisas..
E isto não me parece uma simples birra e implicação..
E não o é. Se há quem não defenda um Novo Museu dos Coches, há quem defenda um Novo Museu. E nada nisto é contra um projecto de arquitectura. Tudo isto, para mim, é contra uma política cultural do executivo.. ou se quiserem contra a inexistência de uma política cultural..
Na realidade, nesta questão, a arqueologia, parece-me a mim, saltita como bola de ping pong e moeda de troca.
Vejamos..
O local a ocupar pelo futuro museu dos coches pertence ao Ministério da Cultura.
Os serviços do Ministério da Cultura que aí estavam vão passar para um local tutelado pelo Ministério da Defesa.
Ora, ao Ministério da Defesa é conveniente a saída do MNA (Min da Cultura) dos Jerónimos, para ampliar o espaço do Museu da Marinha (Min Defesa).
E, por fim, o projecto de construção do novo museu dos coches.. foi iniciativa .. do Ministério da Economia.
Na realidade, isto é uma salgalhada de grelos bastante grande.. É criar confusões entre ministérios, moedas de troca, e sim.. A arqueologia é a bola de ping pong.
- Era necessário um novo museu?
- A ser necessário um novo museu, deveria ser dos Coches? (ou não seriam outros mais adequados?)
- Não haveria outro local para estabelecer os arquivos da arqueologia nacional, se não num local do Min da Defesa?
- Não há espaço nos Jerónimos para os dois museus?
E poderíamos continuar por aqui fora com uma série de perguntas que prefiro deixar sem resposta..
E é a cultura uma coisa tão abrangente, mas tão heterogénea.. e com tão pouco dinheiro.. E andamos nós com lutas internas deste género.
Mas não são só as lutas internas.. porque há lutas internas dentro do universo “cultura”, mas também as há dentro do universo “arqueologia” – e não são assim tão poucas quanto isso..
As lutas também são externas.. ou se calhar não são lutas..
A semana passada, foi divulgada uma carta de Manuel Maria Carrilho sobre o estado da cultura, e na mesma verifica-se referência a um série de promessas e politicas que ficaram por cumprir deste executivo..
Em sequência disso, e num debate televisivo, a ex ministra da cultura dizia que o orçamento do MC era de 0,4% do Orçamento de Estado.. E o actual ministro, quando ocupou o cargo disse que pretendia fazer mais com menos dinheiro..
Há quem marque penaltys por percepção.. na cultura não há percepção possível.. Nem por muito fértil e imaginativo que alguém seja pode dizer que há uma boa política cultural..
Entretanto.. as responsabilidades culturais foram descarregadas na autarquia, quase como um camião de lixo se despeja numa lixeira.. A acção social, a responsabilização do estado foi ver passar as naus dos descobrimentos..
Mas bem, como o dinheiro é tão pouco, andamos sempre todos às turras.. Pouco para muitos..
Porque a cultura engloba Artes; Património; Literatura..
No fundo, tudo é cultura..
Mas ninguém lhe dá a devida importância..
E vai desvanecendo.. sucumbindo.. extinguindo..
E já ninguém se interessa, e ninguém vai quer saber..
E tudo isto vai passar à história..
Era uma vez ..
…
E tudo estava podre no reino da cultura portuguesa..
“Porque o presente, é todo o passado, e todo o futuro” (Álvaro de Campos)
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