domingo, 6 de setembro de 2009

Inglorious (Crítica aos) Basterds


Verdadeiramente prodigioso o novo filme de Tarantino (e já vão sete: Reservoir Dogs, Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill 1, Kill Bill 2, Death Proof, Inglorious Basterds). Vou portanto tentar resumir a minha opinião num pequeno texto (é a minha nova medida: fazer a crítica no dia em que vejo o filme; ando a adiar críticas há séculos!).

Bom e que dizer do filme? Uma saga. Uma autêntica saga. Um pouco longo, sim, foram quase três horas. Mas três horas de tantos detalhes, de tanto pormenor, de tanta sagacidade que nem reparei no relógio. Só quando saí e vi que tinham passado três horas é que reparei no tempo que estive dentro da sala. Quanto ao filme em si? Banda sonora tipicamente à Tarantino, tal como a edição e como a abertura do filme. Um facto muito positivo (e que Tarantino já tinha apontado nas entrevistas que deu) é o de ter utilizado actores dos países que pretendia retratar; enquanto que na maioria dos filmes nazis produzidos pela indústria estado-udinense usa actores que falam inglês com o sotaque da região, neste filme se o actor é francês fala francês ou se é alemão fala alemão. Dá um toque muito mais original à história. O argumento é surpreendentemente saboroso, é um Tarantino de volta à quick-wit de Pulp Fiction e Reservoir Dogs, mas ainda com alguns momentos de Kill Bill à mistura. Muito sangue, como é óbvio: está na natureza de QT. Não dá para escapar. E o que é mais interessante é que a cada filme que ele faz a forma de matar muda completamente. É sempre uma surpresa. A cada canto dos filmes de QT, há qualquer coisa que nos rende, que nos apanha desprevenidos. É incrível! Sinceramente, eu adoro Kill Bill (em conjunto, não separados, porque foi assim, em conjunto, que QT visionou a obra) mas este não lhe fica nada atrás. Percebo se não se tornar um clássico (como Pulp Fiction), um ícone do género porque não tem muito a ver com os filmes de Nazis que por aí andam mas... é um filme bestial.

Espero que pelo menos consiga ser nomeado para Melhor Argumento. E não perdoarei a Academia se o Coronel Hans Landa, figura que me marcou no filme, não for nomeado: Christoph Waltz dá uma performance de outro mundo! É brilhante, sombrio e cómico ao mesmo tempo, contido mas de repente desconcertante. É genial. Também apreciei muito Diane Kruger como Bridget von Hammersmark e até Eli Roth também me pareceu bem. Michael Fassbender num papel que não lhe deu muito que fazer, tal como Mélanie Laurent. Ainda assim... Landa é a estrela.

Ah. E elogiar a excelente jogada de marketing dos Weinsteins e de Tarantino de convidar Brad Pitt para o papel do Tenente Aldo Raine. Esteve a um nível aceitável, mas nada de mais. Para um actor da sua qualidade, não foi um papel que requerisse grande esforço.

Assim sendo... Nota: B+



E ao sétimo filme, Tarantino olhou e disse que estava tudo bem.

1 comentário:

Joana Vaz disse...

Tenho de dar a mão a palmatória…:D Mas em minha defesa ouso dizer que o trailer não faz qualquer justiça ao filme, daí que não tenha esperado nada de especial.

E como me enganei...

Para mim o melhor de Tarantino (embora não tenha visto os sete, apenas os sobejamente mais conhecidos: Kill Bill 1 e 2 e Pulp Fiction). É uma lufada de ar fresco! A comédia inteligente marca toda a diferença.
Também não me apercebi das quase 3 horas de filme!

Quanto a Christoph Waltz, não o conhecia, mas passei a admirá-lo! Logo no primeiro capítulo da película ele consegue prender em cada instante! Nomeação quase certa… espero!

Na minha opinião, esteve mesmo tudo bem!:)