quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Música Perdida - outra vez :)

Pois bem, diria eu, cá estamos nós outra vez.. ;)
Antes que haja dramas e horrores com Latim, mais uma bela e amarela música perdida..
E nisto, mais uma estranha reflezão.. depois de uma semana estranha.. com visitas inesperadas.. ;)
Bem, e, pra não variar - Não tarda é Natal.. Seja lá o que for que isto signifique pra maior parte das pessoas..

Eis..
Jorge Palma, Passeio dos Prodígios
(Nota: a música do filme do Pedro que anda por aqui algures..)

Vamos lá contar as armas
tu e eu, de braço dado
nesta estrada meio deserta
não sabemos quanto tempo as tréguas vão durar...
há vitórias e derrotas
apontadas em silêncio
no diário imaginário
onde empilhamos as razões para lutar!

Repreendo os meus fantasmas
ao virar de cada esquina
por espantarem a inocência
quantas vezes te odiei com medo de te amar...
vejo o fundo da garrafa
acendo mais outro cigarro
tudo serve de cinzeiro
quando os deuses brincam é para magoar!

Vamos enganar o tempo
saltar para o primeiro combóio
que arrancar da mais próxima estação!

Para quê fazer projectos
quando sai tudo ao contrário?
Pode ser que, por milagre,
troquemos as voltas aos deuses

Entre o caos e o conflito
a vontade e a desordem
não podemos ver ao longe
e corremos sempre o risco de ir longe demais
somos meros transeuntes
no passeio dos prodígios
somos só sobreviventes
com carimbos falsos mas credenciais.

Tecto do Castelo de Alcácer do Sal, 2008

Um espirito de equipa, um deserto e uma senhora insegurança.. a fugacidade do tempo e companhia..

Portanto empilhar razões pra lutar - haja motivação.. Se bem que há vitórias.. e derrotas.. Há que estar preparado..
Ora os fantasmas.. coisinha complicada.. Pois que estão lá, temos medo.. mas não vamos reconhecer essas fragilidades :p
"Quantas vezes te odiei com medo de te amar" - mas temos cinzeiros pra tudo...

Pois é, o tempo é relativo.. corre.. voa.. e há quem fique a vê-lo passar..
Vamos lá arriscar a apanhar os comboios.. E bem, se andarmos todos na lua como eu, apanhamos literalmente os comboios errados ;)
Não sei lá porque isto lembra-me Pessoa.. e o seu amigo Ricardo Reis..

Bem.. mas o certo é que jogamos com o risco.. e vá.. lá se vão os planos.. e lidar com isso? Pois que isto de se sair fora do planeamento é delicado é...
"Para quê fazer projectos, quando sai tudo ao contrário" - mas ainda há a hipótese de trocar as voltas à coisa..

O caos, conflito, vontade e desordem.. ora.. não sabemos o futuro, e lá voltamos ao risco..
E só andamos a fazer um breve passeio.. prodigioso.. mas.. somos sobreviventes..
Moral da História: bem, o tempo não espera que nós vivamos tudo.. portanto vamos vivendo, correndo, saltando, gritando, arriscando, imaginando..

Não nos deixemos consumir pelas chamas (que são muitas) ... para que não reste só carvão .. para que restem fosséis .. memórias .. vestígios ..

"A nossa alma só morre, quando os outros se esquecem de nós" - a história que alguém disse ao Aquiles (acho eu.. )

Minha gente: Improvisem :)
(ok, aquelas divagações matinais em história da grécia são sinistras ;p)

*

2 comentários:

Anónimo disse...

muito bonito minha filha

LetrasAlinhadas disse...

Continuo a admirar-te pela forma como também a ti o Jorge Palma te consegue tocar. Fabuloso não é???