segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O balanço das Legislativas

Pois bem, agora que são conhecidos quase na totalidade os resultados da eleições legislativas (faltam apenas os 4 deputados dos ciclos da emigração) impõe-se fazer um balanço dos mesmos..

*Vitória do PS - algo esperada, com clara perda da maioria absoluta. Apesar das constantes manifestações de desagrado que vivemos nos últimos 4 anos, os portugueses reconduziram o partido socialista no governo.
Com expectativa aguardam-se informações sobre coligações e manutenção de ministros.
Apesar de se tratar de uma vitória, parece-me que os portugueses mostraram, também, o seu descontetamento face a algumas políticas. A perda da maioria absoluta, com uma acentuada perda de deputados é disso espelho.

*Derrota do PSD - embora também fosse esperada uma derrota do PSD, eu não a esperava tão "esmagadora". Embora com uma pequena subida face às últimas eleições, o PSD é o claro derrotado. Agora, continuando na oposição, cabe ao partido reflectir. Manuela Ferreira Leite prefere esperar pelas autarquicas. A mim, parece-me que o rumo do partido vai ter que ser alterado. Boas políticas não chegam, são precisos bons líderes.

*A subida dos três partidos - Também era esperada.. A vitória das alternativas. Os três aumentaram o seu nº de deputados. Apesar do 5º lugar para a CDU, Jerónimo conseguiu mais um deputado. Alguém tinha que fechar as presenças na AR, mas não entenderia este lugar como uma "derrota", apesar de tudo o PCP e Os Verdes cresceram.
Quem cresceu também, como espectável, foi o BE, passando a 4ª força no parlamento. Apesar da grande conquista de deputados, o BE não chegou aos 10% (chegou a falar-se em 14%). São bons resultados para o partido, mas.. contava com mais.. previa-se que o BE fosse a 3ª força política. Que ajudasse o PS em caso de coligação.. e isso não aconteceu. Uma vitória aquém das expectativas.
Finalmente, a 3ª força no Parlamento é agora o CDS. Um esforço compensado para Portas. Algo surpreendente a diferença de deputados para com o BE. Portas teve cada vez mais gente a pensar como ele, e foi premiado com votos. Queria ser imparcial, mas o crescimento do CDS deixa-me bastante contente. Sempre dados como derrotados em sondagens, com o menor orçamento para campanha, o CDS viu o esforço recompensado. Parece-me que o RSI convenceu (entre outras coisas).

*Quanto aos restantes partidos - a surpresa foi claramente o PCTP que atingiu a barreira dos 50 000 votos, e com isso vai receber bons fundos.. Efeitos das participações televisivas de Garcia Pereira? Talvez.. 5' para a meia noite e Gato Fedorento conferiram visibilidade ao líder.
Por outro lado, havia grandes expectativas com a eleição de um deputado pelo Mep, em Lisboa, caso os resultados das europeias se repetissem. Tal não se confirmou, o partido ficou-se (+/-) pelos 20 000 votos..
Daqui só há uma conclusão.. Europeias e Legislativas são muito diferentes.. Não podemos extrapolar resultados dumas para as outras, não resulta.
Gostava que o Mep tivesse eleito Rui Marques. Internamente, o tempo deve ser de reflexão, perceber o que terá corrido mal.. Havia esperança.. e Portugal vai continuar a precisar dela.. Se assim for possível, que se pense em F. Pessoa "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Há que lutar :)

Agora, face a tudo isto, importa pensar nas consequências.. Maiorias e coligações.. Acordos parlamentares.. Instabilidade governativa..
Coligações, não acredito. Bloco central é um cenário demasiado platónico; Coligação com o CDS - Portas arriscava-se a desiludir grande parte do seu eleitorado, seria (algo hiperbolizado) o fim do partido; quanto a coligações à esquerda, só unindo BE e CDU - muita gente para se conseguir consenso em muitas áreas.
Portanto sim, acredito em acordos em determinadas circunstâncias.. Não nos podemos esquecer que, se o cenário parlamentar está agora mais dividido, interessa daí retirar vantagens. O clima económico não permite grandes instabilidades e discussões "fúteis" nalgumas temáticas. Importa que um partido não imponha as suas opções, mas que haja um consenço sobre o que fazer no país, com o país e para o país.

Finalmente, e já como aparte, as campanhas e discussões políticas não acabam aqui. Começa a agitação autárquica, aquilo que está mais perto de nós, as instituições que têm que nos resolver os problemas diários.
Nesta temática, se conseguir, gostava de trazer aqui algumas discussões sobre as autárquicas oliveirenses, pedindo desde já desculpas a quem fica excluído com a geografia política.
Importa meditar muito bem em quem votar, porque votar.. mas votar! Chega de falar de quem não vota, de quem tem preguiça e não aproveita o direito que o 25 de Abril trouxe.
Vou estar atenta à campanha oliveirense, está tudo por decidir. E, não eleger o presidente, quer dizer que se pode eleger um vereador. Esqueça-se o voto inútil..
Depois de 11 de Outubro, talvez este blog se acalme com questões políticas.. :) Não esquecendo que quase tudo nas nossas vidas é condicionado por ela ;)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Em que partido vai votar nas Legislativas?


Bem, coube-me a mim comentar esta sondagem (certa que o Jorge cá passará com contributos para a discussão).
Primeiro, o fim da sondagem foi pensado para hoje, amanhã é dia de reflexão, e campanhas e companhias ficam por aqui.

Depois, aproveito esta pequena "reflexão" para relembrar o quão importante é participar, através do voto, no acto eleitoral.. Abstenção não!

Quanto à sondagem propriamente dita essa, permite-nos tirar várias conclusões:

*Tendo sido uma das mais participadas sondagens deste blog (33 votos) não é minimamente representativa da população portuguesa.

*Prova disso, é o empate entre BE e CDS/PP (10 votos). A meu ver, esta vitória de opostos tem relação, com a faixa etária da maior parte das pessoas que visitam o blog.

*Para além disso, o descontentamento face às duas forças políticas que, por norma, se encontram no governo - PS (4 votos) e PSD (apenas 1 - ora, se isto fosse representativo..).

*De qualquer das formas, a esquerda vence sempre, se associarmos a estes resultados o voto no PCP. Teriamos 15 votos à esquerda, contra apenas 11 à direita.

*Uma coisa que me parece interessante, são os 7 votos no Outros. Coisa vaga, que pode ser um outro partido (que eu acredito que vão eleger deputados) ou votos brancos.

Em suma, parece-me claro que as bancadas do parlamento se vão preencher com outras cores. A ascensão de BE e CDS parece-me uma grande hipótese. A associar-lhe, possivelmente, novos partidos.
O descontentamento é claro, estamos cansados, exaustos, fatigados..

E.. permitam-me só acrescentar a questão do dito voto útil - para mim,o voto é útil a partir do momento em que é capaz de levar alguém à reflexão. Certamente que mais um, ou menos um voto num "enorme" partido é importante. Mas o valor que esses votos têm nos partidos mais pequenos é ainda maior.

O essencial, é votar.. E votar com consciência..
*

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Prata para Nelson Oliveira!

Parabéns!Foto - A Bola

Nelson Oliveira conquistou hoje a medalha de prata, nos Campeonatos de Mundo de Ciclismo, na prova de Contra Relógio, sub-23.

*Ainda vai haver mais provas, sub-23, elite e femininas com participação portuguesa.

*Esta medalha leva-me a uma reflexão - há uma semana, aquando da divulgação dos casos de dopping, os comentários às notícias eram "que acabe o ciclismo" "que se deixem as transmissões televisivas". Certo, é que do CM não as temos (só na Eurosport), não que haja uma relação directa entre as duas coisas, mas a medalha do Nelson prova só que não podemos cair nas perigosas generalizações e exageros. Agora os comentários são: "Parabéns" "Viva o ciclismo".. Ou quem comentou antes, agora tá calado; ou mudou muito drásticamente de opinião..

Darei mais notícias sobre o CM quando tal se justificar.. Até lá, que os comentadores mais dramáticos pensem bem no que dizem..
(Doping no futebol - se as substâncias fossem as mesmas, ou os controlos apertados - não pediriam o fim da modalidade.
Medalha no futebol estava o povo todo na rua.

Doping no ciclismo, pede-se o fim da modalidade.
Medalhados no ciclismo tão pouco que se fala deles.
Enfim.. mentalidades..)

*

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O processo de Bolonha

Processo de Bolonha: Foi bom ou mau para o Ensino Superior?

Era esta a pergunta da emissão da RTPN, do programa Antena Aberta.
Isto, porque já lá vão 10 anos desde a assinatura do dito cujo, e apenas 3 de aplicação.

A ideia de Bolonha em si é interessante e, seria extremamente útil que o Ensino Superior funcionasse nos moldes sugeridos por Bolonha.

Mas.. na prática, Bolonha não funciona..
Caso específico, lá voltamos à Flup, e certamente no resto do país não faltam comentários menos positivos.

*Bolonha prevê ensino centrado no aluno - Com 60, 140 ou 200 alunos numa sala de aula, pergunto-me qual a viabilidade da dita avaliação contínua.

*Se alguns professores centram a sua acção no aluno - outros não. Pergunto-me eu como é que se consegue gerir apresentações de trabalhos no espaço de uma semana; testes; exames; fazer trabalho de campo ...

*Com propinas de 1000€ p/ano como é que as faculdades nos dizem que não podem contratar professores? Que não podemos ir pro campo porque não há dinheiro?

*Cursos de 3 anos - Disciplinas anuais, viram semestrais, programas são os mesmos. Há coisas menos faladas - o conceito de se estudar por fora é bom, mas não é prático.

*Vamos todos ao mestrado - é chato. Deixa de ser uma opção, é mais uma obrigação. As propinas são mais caras, e.. para quem gostava de fazer um mestrado depois de ter estudado um caso prático, esqueça a ideia.. Sem mestrado, não dá.. e com.. também não sei se dará.. mas..

*A flexibilidade dos planos de estudo - mais opcionais, doutros cursos, doutras faculdades - a teoria é essa, mas na prática.. não funciona.. veja-se a minha liberdade em escolher a opcional do 2º semestre.. os condicionalismos de escolher opcionais não sobrepostas no 1º.


(e nisto, eis que uma aluna de arqueologia da flup liga para o programa)

Moral da história - a teoria de Bolonha é boa.. na prática, não funciona.. lá seremos nós todos licenciados por Borlonha..

Emmys Live

01:02 E começou. Muito pontuais... Neil Patrick Harris de branco. Este ano temos novidade: há 5 cenários, um para cada tipo de prémio entregue. Começamos em comédia.


01:06 Revisão do ano em comédia. Não mostraram as melhores cenas de The Office nem de How I Met Your Mother. Pena.


01:10 Tina Fey e Jon Hamm a fazer piadas. Esta do Seth MacFarlane foi demais! Primeiro prémio: ACTRIZ SECUNDÁRIA EM COMÉDIA... Chenoweth, Krakowski, Poehler, Perkins, Williams e Wiig. Quem vai ganhar? KRISTIN CHENOWETH, Pushing Daisies. Não estava à espera. Já errei e só começaram agora...


01:15 Primeiro dos MUITOS intervalos que aí vêm...



01:21 Estamos de volta. E é o pessoal de How I Met Your Mother que vem. Cobie Smulders, Josh Radnor, Allyson Hannigan e Jason Segel para apresentar MELHOR ESCRITA EM COMÉDIA. 30 Rock com 4 nomeações e Flight of the Conchords com 1. Óbvio que 30 Rock vai ganhar. Qual deles? O episódio «Reunion» ganhou. 30 ROCK, «REUNION»!



01:24 Amy Poehler e Julia-Louis Dreyfuss para apresentar o próximo. Vão entregar ao ACTOR SECUNDÁRIO EM COMÉDIA. Neil Patrick Harris é o alvo a abater. Será que ganha? Vamos a ver... JON CRYER, TWO AND A HALF MEN ganha. Era quem merecia mas quer dizer... Quando Neil P. Harris já devia ter ganho... Não é justo.



01:33 Voltámos. Justin Timberlake para apresentar um prémio. Que cara tão estúpida. E que óculos! Vai entregar o prémio para MELHOR ACTRIZ EM COMÉDIA. Deram-lhe um dos melhores prémios para entregar? Que desperdício! Christina Applegate, Tina Fey, Toni Colette, Julia-Louis Dreyfuss, Marie-Louise Parker e Sarah Silverman são as nomeadas. Qual delas vai ganhar? TONI COLETTE, THE UNITED STATES OF TARA ganha! Era a minha alternativa e ela de facto tem a melhor série para brilhar.



01:40 Blake Lively e Leighton Meester de Gossip Girl para apresentar os próximos prémios. Estas duas vão longe e... são muito jeitosinhas! Estão a apresentar Melhor Actor e Melhor Actriz Convidado em Comédia. Já se sabiam estes a semana passada. Tina Fey e Justin Timberlake ganharam. Pelo menos a Tina Fey merecia: GRANDE SARAH PALIN!



01:41 E agora elas vão entregar o prémio de MELHOR REALIZAÇÃO EM COMÉDIA. Quem vai ganhar? Ganha o realizador de THE OFFICE, JEFFREY BLITZ. Discurso curto.



01:43 Mais um intervalo. A seguir, os próximos prémios são para REALITY TELEVISION.



01:48 De volta com Rob Lowe de Brothers&Sisters. Vai apresentar o prémio para MELHOR ACTOR EM COMÉDIA. Nomeados são Alec Baldwin, Steve Carell (a luta é entre estes 2 provavelmente), Jermaine Clement, Jim Parsons, Tony Shaloub e Charlie Sheen. Vencedor? ALEC BALDWIN, 30 ROCK! Estou a ver que o Steve Carell nunca mais ganha o Emmy...



01:53 Vamos mudar para REALITY TV e MELHOR COMÉDIA fica para o final. Óbvio que não vou comentar esta parte... Esperamos pelos prémios de drama. Vamos para um intervalo...



02:09 Agora vamos para mini-séries e telefilmes. Nas categorias de Reality TV, só para dizer que houve vitórias para Jeff Probst, apresentador de Survivor e The Amazing Race venceu Melhor Reality Show.



02:12 Kyra Sedgwick e Kevin Bacon para apresentar ACTRIZ SECUNDÁRIA EM MINI-SÉRIE OU TELE-FILME. Shoreh Aghdashloo e Marcia Gay Harden eram as principais favoritas. SHOREH AGHDASHLOO (HOUSE OF SADDAM) ganha e Marcia Gay Harden vai ter de esperar se calhar por outro ano para juntar o Emmy ao Tony e ao Oscar que já tem. Eu adoro a Shoreh, foi fantástica em House of Sand and Fog.



02:14 E agora vão apresentar também o ACTOR SECUNDÁRIO EM TELE-FILME OU MINI-SÉRIE. Aqui não há surpresas, vai ganhar o sr. de Grey Gardens. E é isso mesmo, KEN HOWARD GANHA (GREY GARDENS) - apesar de haver pessoas que diriam antes Len Carious, Into the Storm.



02:24 Chandra Wilson e Kate Walsh entram agora em cena para apresentar MELHOR ACTOR EM TELE-FILME E MINI-SÉRIE. Kevin Bacon, Kenneth Branagh, Brendan Gleeson, Kevin Kline e Ian McKellen, qualquer um pode ganhar. E é BRENDAN GLEESON (INTO THE STORM) que ganha. Tenho pena que não lhe dêem melhores papéis.


02:26 Prémio de MELHOR ESCRITA EM MINI-SÉRIE OU TELE-FILME apresentado por Jennifer Love-Hewitt de Ghost Whisperer e Patricia Arquette de Medium. O vencedor foi: ANDREW DAVIES (LITTLE DORRIT). E também apresentam MELHOR REALIZAÇÃO na mesma categoria. Quem vence? DEARBHLA WALSH (LITTLE DORRIT). Parece que é uma excelente mini-série.



02:30 Um número interessante de Dr. Horrible's Sing-Along Blog. Neil Patrick Harris, já merecias um Emmy!


02:33 Alec Baldwin vem dar o prémio de MELHOR ACTRIZ EM MINI-SÉRIE E TELE-FILME a JESSICA LANGE (GREY GARDENS). A mulher é fantástica. E está com um excelente ar...



02:42 Anna Torv (Fringe) and Kiefer Sutherland (24) vêm apresentar o prémio para MELHOR TELE-FILME. Grey Gardens é o favorito mas Coco Chanel e Into The Storm são também muito bons (tive a sorte de os ver). Mas é claro que GREY GARDENS GANHA.


02:45 E agora ficam para apresentar MELHOR MINI-SÉRIE. E aqui deve ganhar Little Dorrit. A ver... LITTLE DORRIT ganha, como se esperava.


02:47 Volta a mudar o cenário... Vamos para as variedades. Mais uma vez, ano em revisão de Variedades. E volto a fazer intervalo aqui porque Saturday Night Live é esperado ganhar tudo para que está nomeado. Enfim.




03:03 Enfim, estamos a uma hora do final. Ainda em variedades. Saturday Night Live já perdeu para The Daily Show em Melhor Escrita e o número inicial de Hugh Jackman nos Óscares ganha às 2 canções de Saturday Night Live o prémio de Melhor Canção e Letra. E American Idol ganhou o prémio de Melhor Realização de Variedades.


03:08 Aí está Ricky Gervais para atribuir o prémio de Melhor Programa de Variedades, Comédia/Musical. Saturday Night Live irá perder mais um? E lá está, confirma-se, THE DAILY SHOW. Jon Stewart a limpar tudo hoje! Depois do intervalo, vamos ao que interessa. Prémios de Drama e a Melhor Comédia. FINALLY!



03:12 Estava agora a reparar que errei todos os meus previstos vencedores de comédia. Enfim. Tenho de começar a ver mais televisão. Mas... entre filmes e TV, onde é que eu tenho tempo de estudar? E dormir? E comer?


03:17 Ano em revisão de DRAMA! Finalmente os prémios de jeito. Algumas séries de renome omitidas, a começar por Breaking Bad, Dexter e Damages, nomeados para melhor drama.


03:19 Chris O'Donnell e LL Cool J para apresentar MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO EM DRAMA. Michael Emerson, William Hurt, Aaron Paul (o favorito), William Shatner, Christian Clemenson e John Slattery são os nomeados. E depois de TANTOS anos nomeado, MICHAEL EMERSON (BENJAMIN, LOST) GANHA. E merece inteiramente o prémio. Vem já tarde...


03:22 E agora vamos para MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA EM DRAMA. Quem vai ganhar? E é a mais surpreendente vencedora, CHERRY JONES (24). Não que não mereça... Sandra Oh e Chandra Wilson (Grey's Anatomy), Dianne Wiest (In Treatment), Rose Byrne e Hope Davis (Damages) eram as outras nomeadas.



03:24 In Memoriam agora. E estou a reparar que só disse asneiras nas minhas previsões. Mas os Emmy são claramente imprevisíveis...


03:34 Voltamos do intervalo. David Boreanaz (Bones) e Stephen Moyer (True Blood) vêm entregar os prémios de Melhor Actor e Melhor Actriz Convidados - Drama. Ellen Burstyn ganhou (por Law and Order: Special Victims' Unit) agora tem o Emmy junto ao Tony e ao Oscar - triple crown! O outro vencedor foi Michael J. Fox (pela sua participação em Rescue Me).


03:35 E vêm entregar o prémio de MELHOR REALIZAÇÃO - DRAMA. Ganhou Rob Holdcomb, ER. E ainda vão apresentar MELHOR ESCRITA - DRAMA. Devem ganhar os argumentistas de Mad Men mas... teremos alguma surpresa? É que são 4 dos 5 nomeados... E é mesmo MAD MEN que ganha! Matthew Weiner, o criador, e Kater Gordon vão receber o prémio.


03:38 Simon Baker (The Mentalist) vem entregar o prémio de MELHOR ACTRIZ - DRAMA. Nomeadas: Holly Hunter (Saving Grace), Sally Field (Brothers & Sisters), Glenn Close (Damages), Mariska Hargitay (Law and Order: Special Victims Unit), Kyra Sedgwick (Closer) e Elizabeth Moss (Mad Men). Novo Emmy (depois de um o ano passado nesta mesma categoria) para GLENN CLOSE (DAMAGES). Kyra Sedgwick ficou zangada: era o ano dela ganhar. E Elizabeth Moss era quem mais merecia. Bem, terá mais anos... acho eu.



03:43 Faltam poucos prémios. Melhor Actor - Drama, Melhor Drama e Melhor Comédia. Mad Men nos 2 primeiros e 30 Rock no último? Vamos a ver... depois do intervalo.



03:49 Voltamos do intervalo. MELHOR ACTOR - DRAMA é o prémio que se segue, a ser apresentado por Dana Delaney (Desperate Housewives). E excelente piada. Nomeados: Simon Baker (The Mentalist) - que óculos estranhos, Gabriel Byrne (In Treatment), Bryan Cranston (Breaking Bad), Michael C. Hall (Dexter), Jon Hamm (Mad Men) e Hugh Laurie (House) - este já vai em 6 temporadas e 0 vitórias. Qualquer um podia vencer. Mas o Emmy vai para... BRYAN CRANSTON (BREAKING BAD). Eu apostei no Hamm que ainda não ganhou (e já merecia) e porque o sr. Cranston já ganhou o ano passado. A piada é que este é o pai do Malcolm... Não parece nada!



03:52 Agora só faltam os prémios máximos. MELHOR SÉRIE - COMÉDIA é o troféu que se segue, apresentado por Bob Newhart. Em disputa estão How I Met Your Mother, Flight of the Conchords, The Office, 30 Rock, Entourage, Weeds e Family Guy. Vencedor: óbvio, 30 ROCK ganha!



04:00 Sigourney Weaver para apresentar o último prémio, MELHOR SÉRIE - DRAMA. Nomeados: Big Love, Breaking Bad, Damages, Dexter, House, Lost e Mad Men. Qual delas leva o prémio? MAD MEN. E é inteiramente merecido. E não falhei na minha previsão. Ainda bem. Porque eu adoro a série.



04:03 E acabou. Para o ano há mais. E eu estou exausto. E tenho aula às 8h. Boa madrugada.

sábado, 19 de setembro de 2009

Previsões Emmy

Pois é, amanhã temos os Emmys. Vou tentar fazer live-blogging se conseguir (se tiver paciência) mas de qualquer forma... aqui ficam as minhas previsões (nas principais categorias).


MELHOR SÉRIE - DRAMA
Previsão: Mad Men
Alternativa: Breaking Bad


MELHOR ACTOR - DRAMA
Previsão: Jon Hamm (Don Draper, Mad Men)
Alternativa: Bryan Cranston (Prof. Walter White, Breaking Bad)


MELHOR ACTRIZ - DRAMA
Previsão: Glenn Close (Patty Hewes, Damages)
Alternativa: Elizabeth Moss (Peggy Olson, Mad Men)


MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - DRAMA
Previsão: Aaron Paul (Jesse Pinkman, Breaking Bad)
Alternativa: Michael Emerson (Benjamin Linus, Lost)


MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - DRAMA
Previsão: Dianne Wiest (Gina, In Treatment)
Alternativa: Chandra Wilson (Dr. Miranda Bailey, Grey's Anatomy)


MELHOR SÉRIE - COMÉDIA
Previsão: 30 Rock
Alternativa: The Office


MELHOR ACTOR - COMÉDIA
Previsão: Steve Carell (Michael Scott, The Office)
Alternativa: Alec Baldwin (Jack Gallagher, 30 Rock)


MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA
Previsão: Tina Fey (Liz Lemon, 30 Rock)
Alternativa: Toni Colette (Tara, The United States of Tara)


MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - COMÉDIA
Previsão: Neil Patrick Harris (Barney Stinson, How I Met Your Mother)
Alternativa: Rainn Wilson (Dwight Schrute, The Office)


MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - COMÉDIA
Previsão: Amy Poehler (várias personagens, Saturday Night Live)
Alternativa: Jane Krakowski (Jenna Maroney, 30 Rock)

Política cultural em debate

Pois bem, como não sou só eu a preocupar-me com as políticas culturais, teve ontem lugar nas ruínas do Museu do Carmo, Lisboa, um debate sobre esta temática, com representantes dos 6 partidos com acento parlamentar na última legislatura.

Cá fica uma notícia sobre o que por lá sucedeu, do DN.

Debate sobre política cultural marcado por contestação ao PS

DN, 19/09/09

Num debate marcado pelo atraso de 40 minutos de Zita Seabra, a deputada do PSD ainda responsabilizou os arqueólogos pela falta de contestação ao Governo.

O monumento, que já foi a principal igreja gótica da capital e ficou em ruínas devido ao terramoto de 1755, serviu de palco para um debate sobre as políticas para a Cultura e Património Cultural, assunto que tem gerado grande discussão, provocada pela criação do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico (IGESPAR) e os projectos para os novos museus dos Coches e do vale do Côa. E ainda mais pelas recentes declarações de José Sócrates, em que este assumia a falta de apoio à cultura.

Este foi um dos argumentos utilizados pelo representante dos Verdes, Francisco Madeira Lopes, que acusou o Estado de "descentralização de responsabilidades e alienação de património".

Foi num tom de constante provocação ao representante do Partido Socialista, João Cunha Ribeiro, que rejeitou o "cenário catastrófico" apresentado pelos seus rivais políticos. O também subdirector do IGESPAR assumiu que "há ainda muito para fazer " na Cultura, e responsabilizou a crise pelo parco investimento feito neste sector.

A representante do PSD, Zita Seabra, teve a intervenção mais polémica, ao criticar a falta de reacção dos arqueólogos à política socialista dos últimos quatro anos. Entre os presentes constavam muitos profissionais da arqueologia, que não se pouparam em reclamações. A deputada social-democrata acusou ainda o Estado de favorecer o sector imobiliário: "Estamos a vender os locais classificados como património para os transformar em hotéis." Um dos momentos mais caricatos do debate foi protagonizado por Diogo Henriques do CDS/PP. O chefe de gabinete de Paulo Portas disse estar "cada vez mais de acordo com o PCP", representado nesta sessão por João Oliveira.

Para o final ficou a intervenção de Claúdio Torres. O actual presidente do Campo Arqueológico de Mértola, representante do Bloco de Esquerda no debate, chamou a atenção para as "difíceis condições de trabalho dos profissionais da área" .

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O regresso.. do doping


Hoje, uma das notícias do dia.. é o doping de três elementos da equipa da Liberty Seguros.

O ano passado, falei da Maia.. de casos isolados como Ricardo Ricco, ou mais recentemente de Astarloza.

São casos isolados, e só acho que o ciclismo é uma das modalidades que mais acusa, porque é de facto, das que mais controla.
Se os critérios fossem tão restrito numa série de modalidades, metade dos heróis caiam.

No entanto, sempre que há uma análise positiva (e confirmada com a contra análise) a modalidade não sai beneficiada.
Multiplicam-se os comentários do fim da modalidade, das transmissões e das mentiras.. Ao que eu digo, não!
Inocência ou não, em 140 homens num pelotão, há 3 que acusam positivo. É mau, mas não vale a pena cair nesses exageros, como caíram as tvs alemãs com o caso Puerto e companhias limitadas..

A quem acompanha a modalidade.. aos que agora começam a pedalar.. os ídolos caem.. e os ciclistas mais experientes deviam ter a noção de que são um exemplo.. e quando recorrem a substâncias dopantes, sabem que o mais provável é serem apanhados, e desiludem quem aposta neles..

Quanto ao caso concreto que hoje conhecemos, a Liberty como equipa de ciclismo acaba (uma das mais importantes equipas nacionais), embora o patrocinador ainda não tenha decidido abandonar os patrocínios às provas velocipédicas..
A Volta a Portugal para já, ainda está na posse de Nuno Ribeiro, mas se a Epo se confirmar na contra-análise, o mais provável é ser David Blanco o vencedor da Volta a Portugal em bicicleta.
A confirma-se também, os ciclistas envolvidos podem ser suspensos até 2 anos.

O problema, é que se há culpados, também há inocentes.. e resta saber o que vai acontecer ao restante plantel e equipa técnica da equipa, entre os quais tinhamos Manuel Cardoso, campeão nacional de estrada, Vitor Rodrigues, corredor oliveirense, entre muitos outros nomes de sucesso.

Em risco, devem estar também as participações de Nuno Ribeiro (POR) e Hector Guerra (ESP) nos mundiais de estrada.
*

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cultura na CDU e PS

Para finalizar a nossa "breve" viagem pela cultura, cá ficam as principais ideias dos programas eleitorais da CDU e do PS

Comecemos pela CDU...
O programa começa por nos apontar diversas falhas ao executivo de José Sócrates, referindo o "retrocesso político no domínio da política cultural".
Assim, esta política cultural deve terminar, já que asfixia o sector e o secundariza.

Quanto a propostas, a CDU apresenta como objectivos conseguir 1% do OE. O que aliás é uma constante em quase todos os programas. Até o próprio PS afirma serem necessárias mais verbas para o MC.

Deve verificar-se uma reformulação no MC para que este disponha de meios humanos e técnicos para: - preservação do património; - criação contemporânea; - alargamento de públicos e democratização do acesso. Estas preocupações são referidas, de forma mais ou menos marcada, em todos os programas eleitorais, embora não se verifique uma clara defesa de reformulação do MC.

A questão da transversalidade entre ministérios está, também, presente. A defesa da CDU foca
Cultura, Educação e Ensino Superior.

Há também interesse em apoiar áreas como teatro, música, dança, cinema, artes plásticas e expressão escrita.
Verifica-se também uma preocupação com as condições profissionais de artistas e criadores. A crítica mantém-se.. Há coisas para regular e.. ninguém falou delas..

A coisa inovadora, e de acordo com a ideologia comunista - impedir a privatização de bens patrimoniais.

Em termos de política de museus, deve haver modernização, dinamização, preservação e investigação. Quantas não são as reservas amontoadas para estudar?

Para além disso, são referidas ainda as apostas no ensino artístico de qualidade; a afirmação e promoção da Língua Portuguesa.

Portanto, assim em síntese, comparando com os outros programas, não há nada que já não tenha sido referido, excepto aquela parte das privatizações..

__________________

Passando ao programa do PS, ligeiramente (muito) mais extenso..
E, sinceramente, é o que tem mais "piada".. Perceber de que forma os erros do passado, condicionam o que se diz no futuro..

O PS refere que a cultura vai ser uma das prioridades do próximo governo.
Defende portanto um reforço do OE, bem como a transversalidade entre ministérios. Valorizar o contributo da criação contemporânea para o desenvolvimento do país, consta também do programa eleitoral.

Assim, o programa organiza-se em três grandes áreas, para as quais são defendidas inúmeras medidas: Língua, Património e Arte e indústrias criativas e culturais.

Quanto à Língua, vemos o PS defender o acordo ortográfico; o fomento do ensino nos países da CPLP; uma política de expansão da LP; redes de bibliotecas e escolas - com possível deslocação de profs portugueses para países de LP (o que me parece ser uma inovação); reforço financeiro do fundo da língua; a criação de uma academia de LP; expansão da rede de bibliotecas e continuidade do Plano Nacional de Leitura; digitalização e disponibilização de conteúdos científicos, literarios, informativos e culturais em LP e, finalmente..
"Promover a aquisição e depósito dos espólios e acervos de grandes escritores da LP, pela Biblioteca Nacional, o seu tratamento, preservação, classificação e disponibilização". E, esta parece-me uma das importantes inovações face aos outros programas.. provavelmente tem alguma relação com alguns episódios menos felizes ocorridos durante a última legislatura..

Entretanto.. quanto ao património..
"desenvolver uma política de preservação do património histórico e cultural"; criação de "cheques-obra", em que cidadãos e privados contribuem para revitalizar o património; elaborar projectos para candidaturas ao QREN - sim, porque essas de se deixarem ir os fundos.. de certeza que não devem faltar candidaturas; estabelecer parcerias com diversas entidades para reabilitar o património classificado; apostar na reabilitação urbana; promover a preservação dos Monumentos Nacionais no estrangeiro, bem como o património imaterial e da LP; criação de uma fonoteca nacional; reavaliar modelos de gestão de museus e palácios, para possibilitar uma gestão em rede; reforçar os meios em museus e arquivos; expandir a rede de arquivos e efectuar parcerias para a aquisição de património cultural valioso.

E, finalmente, passando às Artes e Indústrias Criativas e Culturais..
Reforçar apoios aos artistas e criadores, bem como às respectivas artes, conferindo estágios profissionalizantes; promover o ensino artístico com a criação de programas de ocupação de tempos livres; utilizar o serviço público de tv e rádio para difundir mais conteúdos culturais; estabelecer parcerias com poder local para uma maior produção e programação cultural; criar linhas de crédito público às empresas do sector criativo; promover a circulação de artistas e obras de arte; apoiar a criação literária; reforçar o fundo de investimento para o cinema e audiovisual; aperfeiçoar o estatuto da carreira astística; rever a lei da cópia privada e apostar no trabalho em rede.

E, para terminar de forma bastante poética..
"Promover um plano interministerial que valorize a cultura como factor de crescimetno e emprego, porporcionando a colocação temporária de desempregados qualificados em instituições culturais".

E bem, assim dou por encerrada a minha abordagem às políticas culturais.. ;)
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uma coisa, uma escolha, uma opcional, uma faculdade..

Eu sei, eu sei.. a cultura ainda não acabou nos programas políticos, está quase, mas a bela vivência pediu-me que fizesse uma pausa para reflectir sobre uma coisa..

Pensei em começar por dizer "Letras? Não!" ou.. "Escolha uma das 5 disciplinas opcionais"..
E esta é a parte em que quase ninguém percebe o que é isto.. Mas passemos ao desenvolvimento, começando por outro lado..

Escolhas! E sim, são coisas muito importantes na nossa vida (já aqui falei delas).. Mas, nem todas as escolhas são democráticas.. (apesar de ter havido uma coisa designada vulgarmente por 25 de Abril)
Assim, temos.. escolhas, condicionadas..

E aqui, começa o meu conselho, se alguém pensar, um dia na vida, seguir arqueologia (que já de si, deve ser coisa bem reflectida) não o faça na Faculdade de Letras da UP.. (também já aqui escrevi sobre isto..)

(Esta é a parte em que junto as duas ideias..)
Quanto alguém escolhe um curso, analisa bem os diferentes planos de estudos.. e, pressupõe que não vão ser muitas as alterações ao dito cujo..
Mas, aí é que nos enganamos..
Ora, em 3 magníficos anos de Bolonha, conheci eu na Flup, pelo menos, 3 planos de estudo diferentes..
Ora, quando uma pessoa pensa em escolher opcionais, supõe que as restantes vão lá estar nos anos seguintes.. e programa-as partindo dessa generalização (falsa por sinal!).
No meio de tanta troca e mudança, eis que chegamos ao último ano, e temos problemas em fazer as matrículas (num post anterior, isto também já foi referido).. e depois de esperar dias, dias e dias pela resolução do problema.. eis que ela surge..
Mas, não era sem dúvida a solução esperada.. Uma das disciplinas opcionais, foi substituída por outra, tendo em conta que assim poderia ter um maior nº de alunos - de 15 para 50.
E, para além disso, foi aberta ainda outra disciplina, dedicada (como quase tudo por aqueles lados - percepção tardia a minha) à pré-história.

E, à primeira vista, o problema tinha sido "bem" resolvido.. Mas.. não..
Ora, tendo em conta que a disciplina dos 50 foi uma reabertura, alunos como eu, já a tiveram..
Tendo em conta que o nº de vagas para a outra disciplina se manteve (15), e não foi conferida prioridade aos alunos do 3º ano..
Considerando ainda, que as outras duas disciplinas já foram feitas..
Destas belas 5 opções, sobre apenas uma..
E a moral da história é..
Pré-história!

Opcional - completamente obrigatória.
Liberdade de escolha absoluta.
E, isto podia continuar.. mas diz-me a liberdade que me resta, que não vale a pena..

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Política Perdida.. Cultura nos programas eleitorais do PSD

Ora, continuando a analisar a cultura nos restantes programas eleitorais dos outros partidos..

PPD/PSD (carregar para aceder ao site)


O que voltamos a ver neste programa eleitoral, é que a cultura não é uma prioridade..
A questão da transversalidade entre ministérios - Economia - Educação - Cultura estão presentes. ( à semelhança do que sucede nos do BE e CDS)
No que concerne à preservação do património (a que o BE não se dedica) diz-se que pode ser feito em "parceria com entidades interessadas". Daí se depreende a participação dos mecenas privados (que o CDS diz não puderem substituir o Estado, mas ajudá-lo).
Deve ser feito Investimento Público nos centros históricos e no património cultural, tendo em vista a sua preservação.
Defesa de igualdade de oportunidades no acesso aos bens culturais. Descentralização da oferta.

"Numa visão descentralizadora, partilharemos as responsabilidades e o poder de decisão no domínio cultural com os agentes e criadores culturais e com as autarquias locais, universidades, fundações, empresas e outras instituições, bem como com os privados e outras entidades, quer na conservação e manutenção do património, quer no estímulo à criação cultural."
E desta bela citação do programa depreendo eu que.. obrigações deste género não são para o Estado.. São inúmeras as entidades para partilhar as obrigações.. portanto, o Estado está limpo.. :s

Financiamento público com relação directa com os objectivos dos programas e instituições.
Apoio à criação artística contemporânea (tal qual como defende o BE), divulgação do que é feito e produzido (BE e CDS também falam disto), com recurso a mecenas. (o CDS refere que deve ser revista a lei do mecenato.. mas que o Estado não pode fugir às suas obrigações - neste programa, o que parece é que há uma responsabilização dos privados em detrimento da acção estatal)

Necessidade de definir os equipamentos culturais estruturantes para o país, dialogando com os responsáveis das áreas intervenientes. Eu só não sei, é o que é que significa "equipamentos culturais estruturantes" :)

À semelhança do que refere o BE, o PSD defende o reforço dos meios humanos em arquivos.

Defende-se também uma expansão da rede de bibliotecas (CDS e BE), com catálogo único e conteúdos digitalizados; a continuidade do Plano Nacional de Leitura (CDS); a expansão da língua portuguesa na CPLP (CDS - defende expansão e divulgação, principalmente nos PLOP).
À semelhança do defendido por CDS e BE, o PSD também aposta na internacionalização da cultura portuguesa. É ainda pretendido criar uma rede de turismo cultural em todo o país, tendo em vista o seu desenvolvimento. Turismo cultural este que surge nos outros dois programas já analisados, em perspectivas diferentes.

E, finalmente, vemos o PSD defender que a televisão pública deve ser um meio de difusão cultural.

Ora, com algumas ideias não referidas pelos outros dois partidos já aqui referidos, como esta última, o PSD faz uma aposta modesta na cultura, parecendo "empurrar" grande parte das obrigações de investimento para os privados.
Assim sendo, e nesta temática, faltam analisar dois planos de esquerda - PS e CDU.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Política Perdida - os debates televisivos

Ora bem, como ainda não avancei nas minhas adoráveis reflexões sobre programas eleitorais, depois de ver o debate de hoje, à esquerda, entre José Sócrates e Francisco Louçã achei que os ditos cujos mereciam alguns comentários..

De alguns destes debates, já cá ficaram impressões, tanto minhas como do Jorge, em comentários aos post sobre política.

Para hoje, seria espectável que Francisco Louçã arrasasse, de certa forma, com o primeiro ministro. Mas, para mim, não foi isso que aconteceu.
Foi um debate vivo e interessante, e que certamente, levou muita gente a repensar as suas opções de voto.
Sócrates usou, inicialmente, a expressão "radical" para classificar o BE.
E Louçã "crashou" na Galp, na Mota Engil e no Amorim.
A coisa complicou-se quando JS resolveu falar das medidas económicas que constam no programa eleitoral do BE. O que passou para o lado de cá (e de quem não leu na íntegra o programa) - nacionalizações e perdas fiscais.
Para o BE parece simples, nacionaliza-se tudo (bancas, seguros, ..), as propinas e as taxas moderadoras deixam de existir.. e a minha única dúvida é.. E o Estado resiste? Ou pode declarar falência?

Não que o PM tenha ficado bem na fotografia (impossível depois da legislatura), Francisco Louçã, com estas coisas, pode ter perdido alguns votos.
Espero bem que os eleitores comecem a pensar que ter facilidade argumentativa não é sinal de se ter boas políticas..

Aproveito ainda para falar do debate de ontem, entre Paulo Portas e Jerónimo de Sousa.. Um debate esclarecedor das políticas de cada um.. E gostei da questão da agricultura quando Paulo Portas disse que só havia dois partidos a discutir o assunto no parlamento, o CDS e o PCP!

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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Los Abrazos Rotos

Já ouvi dizer que é a jóia da coroa de Almodovar, já ouvi dizer que é o pior filme que ele fiz. Já ouvi dizer que a banda sonora é de outro mundo, possivelmente potencial nomeada este ano para Óscar, já ouvi dizer que a banda sonora arruina o filme. Já ouvi dizer que Penélope Cruz parece uma atrasada, ridícula no filme; já ouvi dizer que tem nova nomeação a caminho, é sublime.

Quando se ouvem opiniões tão contraditórias, uma coisa é certa: o filme é bom. É bom porque nos põe a discutir e a debater pontos de vista. Será certamente um filme divisivo mas como eu nunca desgostei de um filme de Pedro Almodovar, não consigo imaginar que ele faça uma porcaria desta vez também. Veremos. É a principal estreia nas salas nacionais esta quinta: «Abraços Desfeitos», LOS ABRAZOS ROTOS, de Pedro Almodovar, de novo com Penélope Cruz e com Blanca Portillo, a grande actriz espanhola, de volta. É um must-see, sem dúvida. Quinta vos direi qualquer coisa.

Aqui fica o trailer:


domingo, 6 de setembro de 2009

Europa League e Champions League

Como devem saber, este ano marca a entrada em cena da nova competição da UEFA, a Liga Europa, em substituição da pobre Taça UEFA. É a nova solução milagrosa que a UEFA arranjou para não ter todos os clubes europeus menos cotados à perna por causa dos problemas que as regras da Liga dos Campeões escondem.

Se bem se lembram, a Taça UEFA, que já cá andou com outro nome (primeiro começou como Taça das Cidades com Feira), mudou de modelo há bem pouco tempo... Antes de 2004/05, a prova era disputada em eliminatórias até à final. Era um série de, se bem me lembro, 7 ou 8 eliminatórias. Muitos clubes ficavam pelo caminho sem receber dinheiro quase nenhum e sem fazer mais que dois jogos. O que é inacreditável. E inaceitável. Mudou-se, portanto, em 2004/05, época em que a Taça UEFA terminou em Alvalade. Depois de uma primeira eliminatória de qualificação, criaram-se grupos de 5 elementos em que 3 se apuravam e só se jogava uma vez com cada equipa do grupo. O sorteio ditava se os confrontos eram em casa ou fora. Mais uma vez, injustiça total. Imagine-se que o ano passado o AC Milan calhou com 2 jogos em casa e 2 fora, 2 fora com equipas de leste e em casa com os 3º e 4º classificados aqui da zona central da Europa. Enfim. Maravilha de ranking, é o que tenho a dizer.

Este ano, decidiram inovar. Colocar as 3 qualificações que já haviam e juntar mais uma que em vez de ser uma 1ª eliminatória é agora um play-off. Nada de especial, tudo igual ao que já estava. A diferença está nos grupos: são 12, de A a L, com 4 equipas, com jogos fora e em casa. Assim está mais justo. Os prémios são mais próximos aos valores completamente desproporcionados da Liga dos Campeões. Mas continuamos na 2ª linha europeia.

Foi pedido a Edward Zveig que compusesse o hino da Europa League - coisa que a Taça UEFA nunca teve - para ver se as diferenças para com a Champions League se atenuam ainda mais. E é verdade que até gosto muito do hino, ficando aqui o novo génerico (com o hino, óbvio) para verem:




O principal problema da Liga Europa é conjuntural. Vejamos agora a Champions League. Para a nova época, para «haver mais campeões», segundo David Taylor, secretário-chefe da UEFA, criou-se duas rotas de qualificação: a partir da 2ª eliminatória, temos o 'Champions Path' para clubes que foram campeões dos respectivos países e o 'Non-Champions Path'
para clubes que não foram campeões dos seus países. Resultado: chegámos às últimas eliminatórias com 10 lugares de entrada para os grupos, 5 campeões entram e 5 não-campeões também. Resultado final: 18 do 32 clubes nos grupos são campeões. Mas o que eles não explicam neste discurso é que são 18 clubes campeões, mais 3 clubes italianos, mais 3 clubes ingleses, mais 3 clubes espanhóis, mais 2 alemães, mais 2 franceses e mais 1 russo. Como é que a UEFA quer vir falar de igualdade quando entram os 3 primeiros de Itália, Inglaterra e Espanha directamente? E o 2º holandês, e o 2º ucraniano e o 2º português e o 2º grego (e o 1º grego também, já agora!) têm de passar por qualificações? É como Paulo Bento disse, «para a UEFA importa mais o 4º classificado italiano que o 2º português). É que isto já não é a questão do dinheiro gerado pela competição que está em causa. É o prestígio de cada país nesta organização internacional que está em causa. Ficam inúmeros campeões de fora para estes 3º e 4º classificados entrarem. Está bem que são clubes de prestígio mas não deviam ter mais possibilidades que outros. Se é Liga dos Campeões, os campeões deviam apurar-se directamente. Se há campeões demais, percebo que se crie o tal play-off e mais eliminatórias. Agora não percebo é a entrada directa destes 2º e 3ºs classificados quando há tantos 2º e 3º que ficam de fora. É preciso ter lata.

E é aí precisamente que está também o problema da Liga Europa. É a Liga dos rejeitados. É assim que a Champions e a maioria dos clubes vê a coisa. É a Liga de quem não pode ir à Champions. E é por isso que a competição é rebaixada. O que não devia ser. Antigamente, quando um clube não ia à Champions, tinha que lutar pela Taça das Taças e não havia escândalo. O Barcelona, um dos maiores clubes do mundo, é o clube com mais Taças das Taças. O que quer dizer que falhou a Champions por vários anos. E isso empobreceu o seu historial? Nem por sombras! E o Sevilha? Construiu o ranking que lhe permitiu a entrada directa na Champions este ano na Taça UEFA! É mais elitista por isso? Não!

Então alguém que me explique: por que raio a UEFA insiste em fazer de alguns países a elite do futebol europeu e de outros a chacota? Um destes dias vai ter a ruptura europeia... Porque isto é uma verdadeira faca de dois gumes. Se ajudar os pequenos, os grandes fogem todos (o Arsenal, o Liverpool, o Atlético de Madrid, o Milan... são ricos 3º e 4º classificados que se acham melhores que os outros clubes europeus... e por isso consideram que são dignos de Champions e nada mais) e criam uma liga só deles. Se ajudar os grandes... os pequenos ficam sem nada. E esta é a opção deles e até percebo, porque é a melhor opção. Sabem porquê? Porque os grandes clubes não lhes dão apoio (querem é o dinheiro e a publicidade e isso só os grandes clubes dão) e os pequenos não têm assim poder nenhum para protestar.


É assim a vida. É uma tristeza, mas é verdade. Fica aqui também o genérico novo da Champions (ambos os genéricos são inalteráveis até 2012):


Inglorious (Crítica aos) Basterds


Verdadeiramente prodigioso o novo filme de Tarantino (e já vão sete: Reservoir Dogs, Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill 1, Kill Bill 2, Death Proof, Inglorious Basterds). Vou portanto tentar resumir a minha opinião num pequeno texto (é a minha nova medida: fazer a crítica no dia em que vejo o filme; ando a adiar críticas há séculos!).

Bom e que dizer do filme? Uma saga. Uma autêntica saga. Um pouco longo, sim, foram quase três horas. Mas três horas de tantos detalhes, de tanto pormenor, de tanta sagacidade que nem reparei no relógio. Só quando saí e vi que tinham passado três horas é que reparei no tempo que estive dentro da sala. Quanto ao filme em si? Banda sonora tipicamente à Tarantino, tal como a edição e como a abertura do filme. Um facto muito positivo (e que Tarantino já tinha apontado nas entrevistas que deu) é o de ter utilizado actores dos países que pretendia retratar; enquanto que na maioria dos filmes nazis produzidos pela indústria estado-udinense usa actores que falam inglês com o sotaque da região, neste filme se o actor é francês fala francês ou se é alemão fala alemão. Dá um toque muito mais original à história. O argumento é surpreendentemente saboroso, é um Tarantino de volta à quick-wit de Pulp Fiction e Reservoir Dogs, mas ainda com alguns momentos de Kill Bill à mistura. Muito sangue, como é óbvio: está na natureza de QT. Não dá para escapar. E o que é mais interessante é que a cada filme que ele faz a forma de matar muda completamente. É sempre uma surpresa. A cada canto dos filmes de QT, há qualquer coisa que nos rende, que nos apanha desprevenidos. É incrível! Sinceramente, eu adoro Kill Bill (em conjunto, não separados, porque foi assim, em conjunto, que QT visionou a obra) mas este não lhe fica nada atrás. Percebo se não se tornar um clássico (como Pulp Fiction), um ícone do género porque não tem muito a ver com os filmes de Nazis que por aí andam mas... é um filme bestial.

Espero que pelo menos consiga ser nomeado para Melhor Argumento. E não perdoarei a Academia se o Coronel Hans Landa, figura que me marcou no filme, não for nomeado: Christoph Waltz dá uma performance de outro mundo! É brilhante, sombrio e cómico ao mesmo tempo, contido mas de repente desconcertante. É genial. Também apreciei muito Diane Kruger como Bridget von Hammersmark e até Eli Roth também me pareceu bem. Michael Fassbender num papel que não lhe deu muito que fazer, tal como Mélanie Laurent. Ainda assim... Landa é a estrela.

Ah. E elogiar a excelente jogada de marketing dos Weinsteins e de Tarantino de convidar Brad Pitt para o papel do Tenente Aldo Raine. Esteve a um nível aceitável, mas nada de mais. Para um actor da sua qualidade, não foi um papel que requerisse grande esforço.

Assim sendo... Nota: B+



E ao sétimo filme, Tarantino olhou e disse que estava tudo bem.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Política Perdida - A cultura nos programas eleitorais

Ora, conforme prometido, cá fica a primeira reflexão/ comparação entre planos eleitorais.
O tema escolhido foi a Cultura, por ser exactamente a área que mais me interessa.
Obviamente, que os programas não são fantásticos, porque embora todos afirmem que a cultura é muito importante, ninguém se vai preocupar muito com ela.

A minha comparação vai ser entre BE e CDS-PP.


Embora possa parecer estranho, há coisas comuns nos dois programas.
Começam por reconhecer a asfixia do ministério da cultura, o que já é um ponto interessante! (e aproveitam isso para dizer mal do executivo de Socrátes - desastroso neste campo - aspecto reconhecido pelo próprio e pelo seu ministro - o segundo da legislatura).
Em concordância estão também questões de transversalidade e interdisciplinaridade de ministérios: Cultura - Educação (para o CDS há mais que estes).

Mas, achei quase desastroso (para não dizer muito) o programa do Bloco; não que o do CDS seja brilhante, mas demonstra mais algumas preocupações a este nível.
O desastroso refere-se a uma total ausência de preocupações com a Cultura na sua versão Passado - História - Arqueologia - Património.

Então vejamos..
"A vida cultural é uma parte fundamental da democracia, e uma prioridade para o desenvolvimento, como o são a saúde ou a educação".
O Bloco parece ter medo da cultura no seu aspecto do passado. Nada no programa se refere a questões de património arquitectónico e arqueológico.
Verifica-se uma constante defesa da pluralidade, uma aversão à cultura como servidora dos ideais do estado (talvez o pânico da cultura ao serviço do fascismo - serão demónios interiores?)
São unânimes no aspecto da cultura dever chegar a toda a gente, e na necessidade de haver resposta aos vários públicos da cultura. No entanto, o bloco defende uma cultura muito mais global, acabando por passar a ideia da migração da cultura para o mundo e não tanto dentro do próprio país.
Recusa "grandes eventos" e a "subordinação da cultura ao turismo".

Em termos de infra-estruturas relacionadas com a cultura vemos o bloco referir..
Bibliotecas, museus e arquivos, que devem ser dotados de meios humanos para um melhor funcionamento.
Há também uma preocupação com o funcionamento em rede de bibliotecas e a descentralização de arquivos e museus. Neste campo, há ainda uma insistência na internacionalização.

No que concerne a questões de foro profissional..
O bloco defende um fomento da criação cultural na escola pública. Ambos os partidos defendem a ideia de que a escola é um importante factor de divulgação (CDS) e criação cultural (BE).
Quando aborda as questões profissionais o bloco torna-se infeliz - esquece inúmeras das profissões debaixo do MC (Ministério da Cultura), referindo apenas de excepção os profissionais das artes do espectáculo e do audiovisual. Lamento profundamente que o bloco esqueça os outros profissionais da área. Enfim..

Outra das apostas do bloco centra-se na comunicação, novas tecnologias e migrações como factores cruciais da política cultural.
E ainda, "curriculos escolares que levem à compreensão das linguagens artísticas contemporâneas" - volto eu a lamentar que a cultura do Passado não seje vista como tal..
Há ainda a defesa das "artes de rua" e "arte pública" em sítios culturais e patrimoniais.
Confesso que me fez confusão a linguagem dalguns dos pontos do programa, mas daqui depreendo eu que devemos ter muitas feiras medievais e "palhaçadas" do género? (não que sejam coisas más, há é que ter em conta o grau científico da coisa).

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Passando então ao programa do CDS-PP..
O CDS começa por reconhecer o enorme fracasso da última legislatura, lamentando episódios menos felizes entre os dois ministros que tutelaram a pasta - Isabel Pires de Lima (uma das coisas que se lamentou muito em relação a esta ministra foi ver apenas na cultura o acordo ortográfico e a revisão gramatical) e Pinto Ribeiro. Posso ainda acrescentar que grande parte dos portugueses desconhece o nome dos ministros da cultura, será porque passam quase sempre ao lado?
Depois, o CDS refere uma "atenção tardia perante os perigos que impendem sobre o nosso património arqueológico e arquitectónico" - pelo menos, está cá a referência a este tipo de património, coisa que falhou no programa do BE.
Alguns dos lamentáveis estados de sítios já foram referidos aqui no blog.

Voltando a referir a asfixia económica no MC, com o orçamento mais baixo dos últimos tempos (à semelhança do BE), o CDS reconhece "que a cultura é um motor de crescimento económico e um sector gerador de emprego". Quanto a isto, devo concordar, infelizmente, e dado o estado de coisas, o emprego na cultura não se torna atractivo. Vejam-se as condições de trabalho em arqueologia.
"A cultura deverá sempre procurar a síntese entre herança e evolução, entre passado e futuro" (outra das críticas que fiz ao programa do bloco, ao esquecer-se do passado, esquece a herança. Houve tempos em que a cultura serviu, claramente, interesses estatais, e talvez recordar isso para algumas forças políticas não seja interessante, no entanto, é conhecendo o passado que se prepara o futuro, daí a gravidade da falha no programa eleitoral).
Assim, nessa linha, o CDS defende a preservação da herança cultural, o seu desenvolvimento, a sua reprodução, recriação e reinvenção - aqui, digo eu, que possamos inserir recriações históricas e coisas do género (também referidas no programa do BE, segundo a minha linha interpretativa).
É também defendida a afirmação cultural do país e da língua no Mundo. Claramente que se torna importante "globalizar" a nossa cultura. Ideia semelhante é defendida pelo BE, quando apela às migrações culturais. Se bem que o Bloco defende afincadamente essa internacionalização, parecendo-me às vezes em demasia, como já na altura referi.
Verificamos ainda a defesa da transversalidade entre Cultura - Educação - Economia - Negócios Estangeiros - Turismo (em maior nº de áreas que o BE).
Partilha de responsabilidades com autarquias e parcerias com privados, sendo que o Estado se assume como o garante da preservação da herança cultural.
A liberdade criativa, igualdade de oportunidades no acesso à cultura; difusão artística e internacionalização da língua e cultura portuguesas, são também responsabilidades estatais. Estes dois aspectos são também referidos pelo BE, a questão da internacionalização já aqui discutida. A liberdade criativa é muito defendida pelo Be, bem como o acesso à cultura, em que a estratégio do BE passa por estruturas itenerantes.

Aprofundado então estas ideias, o CDS defende o reajustamento das verbas destinadas à preservação do patrimónoio, símbolo do respeito pela herança cultural. Defende ainda programas específicos para as diferentes áreas patrimoniais, na presenvação, programação e dinamização do acervo arqueológico, arquivístico, arquitectónico ou paisagístico. Estado como exemplo na preservação. (Excluindo os arquivos - que o BE defende a itenerância e um nº de funcionários suficientes para as funções, nenhum dos outros aspectos é focado).

A rede de museus merece atenção por parte do CDS, que pretende a sua dinamização como tal (o BE também fala disto).
O artesanato e respectivos incentivos são também referidos. (No BE, não me recordo de ver referências a isto).
Quanto à língua portuguesa, verificamos a introdução do acordo ortográfico e o apoio ao estimulo criativo no que concerne à sua produção, bem como divulgação da mesma no estrangeiro (com especial atenção para os PALOP), para a qual se defende o incremento de protocolos com universidades e institutos. Esta questão da LP não me parece uma preocupação do BE, no entanto, é defendido o estimulo criativo, onde isto se poderá inserir.
Referência também para o estatuto especial, que deve ser conferido aos teatros nacionais, orquestra nacional e companhia nacional de bailado, em vários aspectos. O BE também se refere ao carácter especial de alguns dos organismos, os teatros nacionais.

Quanto à transversalidade entre ministérios e sectores..
O CDS defende que deve ser mantida nos sectores já referidos, devendo articular-se através de objectivos bem definidos. É neste contexto que vemos o CDS defender "currículos escolares e actividades extra-curriculares que valorizem efectivamente a formação artística dos jovens". Este parâmetro assemelhasse aquele em que o BE defende uma articulação entre educação e cultura, tendo em vista o fomento da criação cultural nas escolas.
A aposta no turismo cultural é vista como factor de desenvolvimento interno e internacionalização. O BE defende a sua dinamização, em particular nas cidades de média dimensão.
Neste campo verifica-se ainda a defesa do fomento de actividades profissionais e áreas como o design, a arquitectura e o paisagismo.
O estatuto dos profissionais de artes e espectáculos, com as respectivas especificidades é também defendido. O BE nesta área acrescenta os técnicos de audiovisual. A minha crítica aqui é conjunta, é que em termos de estatutos profissionais apenas são referidos estes.. Mas a carreira de arqueólogo continua sem regulamentação.

Reconhece-se ainda a necessidade de envolver a comunidade (públicos e privados) nas actividades culturais, partilhando direitos e deveres. Deve incrementar-se o papel das autarquias, e proceder a alterações na lei do mecenato - para que este não substitua o financiamento estatal, tornando-o apelativo e alargando o nº de beneficiários.
O Estado deve ainda funcionar como articulador "para que espaços culturais e cine-teatros municipais tenham programação, preferencialmente em rede, constante e de qualidade". Ligeiramente comum ao que o BE defende "funcionamento em rede de equipamentos culturais nacionais, regionais e concelhios".

A liberdade criativa e a difusão artística devem ser protegidas. Evitando portanto aquela história da cultura ao serviço do Estado (tipicamente dos regimes fascistas). O estimulo deve viver-se em todas as áreas - património, artes contemporâneas, performativas, cinema ... O BE defende também uma ideia nesta área (ver acima).
O CDS defende ainda que a existência de diferentes públicos, mais restritos ou mais alargados, deve merecer diferentes tipos de intervenções, evitando uma cultura fechada e elitista.
A defesa da igualdade de oportunidades é também focada, com a inclusão de disciplinas culturais nos programas escolares (que me parece de extrema importância!), através da interacção entre escolas e espaços culturais.

Para difusão da cultura deve ser feita com recurso às novas tecnologias, com visitas virtuais. A questão das novas tecnologias surge bastante no programa do BE - "Dissiminação nas instituições e organizações culturais públicas de instrumentos de acesso às novas tecnologias da informação" e também no aspecto da disponibilização online dos conteúdos da biblioteca nacional (algo que eu julgo já estar em curso).

Integram ainda o programa eleitoral do CDS aspectos como o Plano Nacional de Leitura (para continuar) e o alargamento da rede de bibliotecas. O BE também destaca este aspecto da rede de bibliotecas defendendo a sua conclusão durante a próxima legislatura, bem como uma biblioteca por concelho.
Finalmente, a questão da divulgação da LP, nos países lusofunos, como meio de disseminação do livro e audiovisual, tendo em vista o fortalecimento de uma herança comum.

1 -É possível haver algumas repetições ao longo deste pequeno texto, se tal acontecer, as minhas desculpas.
2 - O texto foi escrito com base nos programas eleitorais dos dois partidos, no sector que concerne à cultura. Os mesmos podem ser consultados nos sites dos mesmos. BE CDS.
3 - Se não quiserem perder tempo a ler tamanhas coisas, dediquem pelo menos algum tempo ao sector "O Bloco de Esquerda defende" e "Caderno de Encargos", respectivamente.
4- A maior parte das falhas que me "irritaram" nos programas foram já referidas, se vier a detectar mais alguma, farei comentário posterior.
5 - Este texto não refere TODAS as propostas culturais dos partidos.
6 - Devo ainda dizer que não sou filiada em nenhum partido, portanto este texto, bem como nenhum outro, se trata de campanha partidária. O objectivo é apenas esclarecer os curiosos nesta temática.
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Política Perdida

Bem, tinha que rapidamente tirar a cara da Manuela Moura Guedes desta posição :)

Ora, como sabem, estamos em ano eleitoral, e assim sendo, como eu acho que a política é uma área crucial para nós, vou "perder" algum tempo a debater as próximas eleições legislativas e autárquicas.. Sim, já sei, mas que grande seca.. :p

Na realidade, tendo em conta que é quase impossível, para quem tem mais que fazer da vida, ler na integra todos os programas eleitorais, vou apenas debruçar-me sobre alguns temas, alguns partidos..

Nesta temática, é complicado não tomar posições.. vou tentar não ser muito parcial nalguns assuntos, mas..

Tendo também em conta que não sou nenhum sabe tudo do assunto, isto são só opiniões e comentários, que visam uma melhor reflexão e conhecimento para os futuros actos eleitorais.

Acho que feita a declaração inaugural desta "crónica", posso partir aquilo que é realmente importante, e falar de políticas..

Para começar, o MEP - Movimento Esperança Portugal.
É o primeiro, porque foi o primeiro a chegar à caixa de correio ;)
Para mais informações, basta clicar aqui.


"Para renovar a política" "Para ajudar a construir Portugal"
Ora, o MEP é, depois das eleições europeias, a 6ª força política portuguesa, e é possível que venha a eleger deputados se obtiver um nº de votos similar ao que conseguiu nas últimas eleições.

As propostas do Mep giram muito à volta de questões sociais - crianças, idosos, desempregados, apoio à família.
No que concerne às questões de saúde - aposta nos cuidados paliativos [corrigido o erro] e num aumento do nº de médicos de família, em sistema de USF (Unidades Saúde Familiar).
Nas questões de educação - forte aposta no pré-escolar gratuito e numa "escola melhor".
Financeiramente, a aposta seria no micro-crédito e os impostos para manter.
Acrescentar ainda o incremento da rede de transportes públicos, o projecto cultural, Articultura e o incremento do policiamento, em questões de segurança.

Embora não seja referida nas propostas do folheto, há um objectivo referido no mesmo "A nossa identidade: cuidar da memória e da herança para o futuro" - portanto, caminhamos para a cultura.

Um aspecto que achei curiosamente estranho foi o "factoring" do estado e reciprocidade do estado com cidadãos e empresas.
Se bem percebi, um conceito de igualdade na questão das dívidas e juros entre os três elementos. O que é bem visto, o estado pagar o mesmo que os outros.. mas.. quando juntamos a questão do factoring, quem iria pagar as dívidas seria a Caixa Geral de Depósitos..
Parece-me.. estranho..
Quem souber mais, que se manifeste ;)

Sendo o Mep uma das forças políticas excluidas de toda aquela divulgação mediática, achei por bem fazer este apanhado..
As próximas reflexões não se assemelham a esta.. Portanto, teremos comparações a nível de programas eleitorais. (Cultura será o primeiro assunto em debate - e aí, não vou ser tão pacífica nos comentários)
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