sábado, 19 de setembro de 2009

Política cultural em debate

Pois bem, como não sou só eu a preocupar-me com as políticas culturais, teve ontem lugar nas ruínas do Museu do Carmo, Lisboa, um debate sobre esta temática, com representantes dos 6 partidos com acento parlamentar na última legislatura.

Cá fica uma notícia sobre o que por lá sucedeu, do DN.

Debate sobre política cultural marcado por contestação ao PS

DN, 19/09/09

Num debate marcado pelo atraso de 40 minutos de Zita Seabra, a deputada do PSD ainda responsabilizou os arqueólogos pela falta de contestação ao Governo.

O monumento, que já foi a principal igreja gótica da capital e ficou em ruínas devido ao terramoto de 1755, serviu de palco para um debate sobre as políticas para a Cultura e Património Cultural, assunto que tem gerado grande discussão, provocada pela criação do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico (IGESPAR) e os projectos para os novos museus dos Coches e do vale do Côa. E ainda mais pelas recentes declarações de José Sócrates, em que este assumia a falta de apoio à cultura.

Este foi um dos argumentos utilizados pelo representante dos Verdes, Francisco Madeira Lopes, que acusou o Estado de "descentralização de responsabilidades e alienação de património".

Foi num tom de constante provocação ao representante do Partido Socialista, João Cunha Ribeiro, que rejeitou o "cenário catastrófico" apresentado pelos seus rivais políticos. O também subdirector do IGESPAR assumiu que "há ainda muito para fazer " na Cultura, e responsabilizou a crise pelo parco investimento feito neste sector.

A representante do PSD, Zita Seabra, teve a intervenção mais polémica, ao criticar a falta de reacção dos arqueólogos à política socialista dos últimos quatro anos. Entre os presentes constavam muitos profissionais da arqueologia, que não se pouparam em reclamações. A deputada social-democrata acusou ainda o Estado de favorecer o sector imobiliário: "Estamos a vender os locais classificados como património para os transformar em hotéis." Um dos momentos mais caricatos do debate foi protagonizado por Diogo Henriques do CDS/PP. O chefe de gabinete de Paulo Portas disse estar "cada vez mais de acordo com o PCP", representado nesta sessão por João Oliveira.

Para o final ficou a intervenção de Claúdio Torres. O actual presidente do Campo Arqueológico de Mértola, representante do Bloco de Esquerda no debate, chamou a atenção para as "difíceis condições de trabalho dos profissionais da área" .

Sem comentários: