segunda-feira, 8 de abril de 2013

Novidades sobre o Castro de Ossela



No seguimento da denúncia realizada Destruição de Património Arqueológico no Concelho de Oliveira de Azeméis - Castro de Ossela e de um pedido de esclarecimento à Junta de Freguesia de Ossela foi agendada uma reunião com o executivo com o intuito de “(…) ajuizar todo o passado, e, projectar o futuro.” do sítio arqueológico.

(Fotografia de 5 de Abril de 2013, materiais caídos de corte após as chuvas)


Assim, no passado dia 5 de Abril de 2013, reunimos com os representantes do executivo da Junta de Freguesia de Ossela e da Comissão de Festas de Nossa Senhora do Crasto.
Inicialmente, fomos esclarecidos sobre as intenções do projecto de reabilitação da zona envolvente à capela e informados dos desenvolvimentos de todo o processo da empreitada até ao embargo das obras.
No seguimento da reunião, apresentamos aos presentes as nossas preocupações e postura sobre o assunto e quais são as possíveis soluções e eventuais medidas a curto e longo prazo a ser implementadas no Castro de Ossela.

Na nossa opinião, a reunião foi muito produtiva e construtiva, pois verificamos o início de uma vontade política dos intervenientes para unir os interesses arqueológicos, com os interesses religiosos num objectivo comum de reabilitação do espaço envolvente da capela de Nossa Senhora do Crasto. Ou seja, sentimos pela primeira vez que há vontade de integrar o sítio arqueológico nos planos de reabilitação da capela, valorizando-o verdadeiramente como um local de Património de Interesse Público.

Contudo, ao longo da reunião, concluímos que:
Actualmente existe um problema no processo de licenciamentos da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis que necessita urgentemente de ser investigado e resolvido pelas autoridades locais competentes;
Estas situações de destruição de património cultural são o resultado da falta de acompanhamento dos técnicos da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis que não sensibilizam os proprietários dos terrenos protegidos em PDM e demais interessados, nem lhes transmitem quais são os seus direitos e deveres;
Estas situações vão continuar caso não haja uma mudança do actual paradigma político relativamente à valorização e protecção do património cultural oliveirense.

Aproveitamos ainda este espaço para agradecer publicamente à Junta de Freguesia de Ossela e da Comissão de Festas pela reunião e apelar para que este assunto não fique no esquecimento.
Sabemos que este embargo causa constrangimentos à Comissão de Festas, nos planos que tinha para a festividade deste ano, pelo que sugerimos formas alternativas para os sanitários e deixamos claro que a única intenção que tivemos foi a da defesa do património arqueológico da freguesia.

Fernando Neves (Licenciado em Arqueologia)
Mariana Feijão (Mestre em Arqueologia)
Sara Almeida Silva (Mestranda em Arqueologia)
(Naturais e residentes no concelho de Oliveira de Azeméis)

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