Em primeiro lugar, falamos do globetrotter da pré-época, o Benfica (nós aqui é como nos jornais, o que vende vem primeiro!). Bom, além de fazer mais jogos amigáveis que o Sporting e o Porto juntos, o Benfica também deve ter gasto mais dinheiro que os outros dois juntos. E todos os anos é assim, por isso já não espanta ninguém. O camião de jogadores esta época trouxe pelo menos mais alguma qualidade assegurada e por isso não me surpreendo que esta época o Benfica fique mais habilitado para lutar com o Porto (o Sporting está ao contrário): Saviola, Keirrison e Ramires são nomes com estampa de qualidade; Peixoto, Schaffer, Javi García, Júlio César e Weldon são mais duvidosos mas parecem bons jogadores; se Di María, Cardozo, Aimar, Maxi Pereira, Moreira, Carlos Martins, Yebda, entre outros, colaborarem, talvez o Benfica se torne numa boa equipa). O problema é que nem sempre os jogadores caros fazem a equipa. Bom, vamos ver. Para já, a pré-época traz boas indicações: vitória sobre o detentor da Taça UEFA (que está muito mais fraco este ano, como se vê pelo empate na Champions ontem com o Timisoara), o Shakthar, por 2-0, e um empate 2-2 com o Sion na Suíça. Venceu o Torneio do Guadiana (2-1 ao Olhanense e 2-1 ao Atlético de Bilbau, os dois depois de estar a perder) e o Torneio de Amesterdão (3-2 ao Ajax e 2-0 ao Sunderland), perdeu com o Atlético de Madrid por 2-1 na apresentação e vai ainda jogar a Eusébio Cup com o AC Milan e o Torneio Cidade de Guimarães com o Portsmouth e a equipa da casa. Começa o campeonato a receber o Marítimo.
Nem sei que dizer da pré-época do Sporting. Poucos reforços para colmatar a NOTÁVEL falta de qualidade dos elementos do plantel - em 25 jogadores, o Sporting só tem 8 jogadores de verdadeira qualidade para um grande: Liédson, Izmailov, Vukcevic, Matiás Fernandéz (um dos reforços), Polga, Moutinho, Veloso e Carriço; ainda dou um desconto ao Patrício, ao Pereirinha e ao Adrien que são novitos mas que já provaram que têm qualidade; depois temos lá Pedro Silva e Abel (ala direita que vale 0), Caneira e Grimi na ala esquerda (um que não sabe cruzar e outro que parece que aprendeu que não se cruza para além da linha dos 3/4 de campo), não tem extremos, não tem avançados de qualidade nem de reserva (para Djaló marcar golos, é preciso colocar uma imagem da Floribella na baliza; Postiga parece-me bem mas é um caso perdido, marca 1 em cada 30 remates que faz; Caicedo não me parece nada de especial), está carregado de divas (Rochemback é a rainha, Veloso parece arrependido, Abel e Caneira amuam quando não jogam...) Enfim. Numa equipa sem fio de jogo, com 4 anos de conhecimento mútuo (jogam juntos com o MESMO treinador há tanto tempo e ainda não conseguem jogar um futebol fluido, convincente e agradável?), como é possível ainda ninguém ter reparado nisto? A culpa não é só do Paulo Bento (ele também não é grande coisa); Pedro Barbosa, Ribeiro Teles e principalmente OS JOGADORES deviam ter vergonha na cara. Que equipa enfadonha e engonhada. A continuar assim joga para 5º, não é para 1º. Pré-época de lástima, só venceram o Atlético do Cacém por 3-0, nos restantes jogos dominaram o jogo por completo e a defesa maravilha concedeu golos sempre (a vencer, perderam 2-1 com o Feyenoord na apresentação; a vencer 2-0, deixaram o Guimarães empatar 2-2 aos 90+3'; em contra-ataque, no único remate do Nottingham Forest à baliza, perderam 1-0).
SPORTING - TWENTE, 0-0
Ontem, os queridos «gatinhos» defrontaram o Twente, 2º classificado holandês, para a 3ª Pré-Eliminatória da UEFA Champions League (Non-Champions Path). Antes do jogo e durante esta semana, foram muitas as mensagens de apoio dos adeptos mais crentes, mais fiéis, e as mensagens de pedido de despedimento de Paulo Bento por parte dos adeptos mais cépticos. José Eduardo Bettencourt, lá pelo seu Twitter, pediu apoio e a verdade é que os 37000 espectadores não defraudaram. A equipa é que sim. Os primeiros 15' de jogo foram medonhos, só dava Twente, que podia ter marcado pelo menos 3 vezes (aos 1', 11' e 14'). Kenneth Perez e Miroslav Stoch on fire, auxiliados por Ruiz. Douglas, central do Twente, era o único sinal positivo para o Sporting: só fazia asneira. E foi mesmo de uma asneira dele e de Pérez que saiu a jogada que mudaria o jogo. Aos 19' O Sporting teve o primeiro remate (Pedro Silva, Vukcevic e Caneira a jogar muito mal nesta fase) e aos 21' Liédson ficou perto de marcar depois de grande toque de classe de Matiás. Aos 24' Pérez e Douglas então falharam e isolaram Postiga e Liédson (este acho que estava em fora-de-jogo) e Postiga, em vez de marcar, preferiu ser o chico-esperto e cair, ganhou pénalti e expulsou o guarda-redes. O Sporting estava com mais um jogador em campo e já mandava no jogo. Mas todos se esqueceram que o Sporting é chique e por isso não treina pénaltis (são os maiores) e por isso não surpreendeu ninguém (só Paulo Bento, de certeza!) que Moutinho tenha falhado a grande penalidade. E aí se foi a melhor oportunidade de todo o jogo para o Sporting. De qualquer forma, até ao final da 1ª parte, o Sporting sufocou o Twente e podia e devia ter marcado (aos 31', aos 33', aos 37', aos 40' e aos 44') mas Mikhaylov estava em dia sim. Nesta altura já todos tínhamos percebido que Pedro Silva e Caneira estavam a mais e que Vukcevic já teve melhores dias (a lesão dele estava a limitá-lo). A segunda parte foi muito mais aborrecida, com o Twente muito fechado e com o Sporting surpreendentemente muito mais apático. A vantagem de jogar com mais um não se fez sentir e apesar de muita bola e muito volume de jogo, poucas foram as oportunidades de perigo. O Twente até foi o mais perigoso, podendo matar o jogo aos 75' e aos 90+4' - o primeiro defendido por Patrício num golpe de rins, o segundo com N'Kufo isolado, tirou Patrício do caminho mas depois não teve força para marcar o golo, para alívio de Pereirinha). Entraram Rochemback, Pereirinha e Yannick e nenhum fez nada de extraordinário (Djaló e Rochemback até irritaram mais do que jogaram e obrigaram inclusivamente Veloso a ir para DE onde todos sabemos que não gosta de jogar). O jogo acabou 0-0, dificulta MUITO a tarefa na Holanda onde eu não acredito que o Sporting passe (aliás, eu aposto que perde e por mais que 2 golos...) O Sporting começa o campeonato no Funchal, visitando o némesis Nacional da Madeira (onde já não ganha há mais de 5 anos!)
A Académica (AAC, O.A.F.) tem tido um período de pré-época tranquilo. Depois da troca de treinador (Domingos foi para o Braga e para o seu lugar entrou Rogério Gonçalves), o clube reforçou-se criteriosamente tendo em atenção algumas posições vitais e poucos jogadores abandonaram o clube. O principal objectivo, segundo Rogério Gonçalves, é bater a melhor época de Domingos, precisamente a última, em que a Académica conquistou um esplendoroso 7º lugar, atrás dos grandes, dos europeus Nacional e Braga e do sensacional Leixões (que ocupou por alguns meses o 1º lugar do campeonato) e ficou à frente de equipas como Guimarães e Marítimo, todos com orçamentos maiores que o seu. O 6º lugar e consequente qualificação para a Liga Europa é por isso um objectivo ambicioso e para isso é necessário um plantel condizente. Não é mau de todo o plantel da Académica e é inclusive melhor que o dos últimos anos, mas agora com potencial europeu? Duvido muito. Como Simões quer sempre ir à Europa (e nunca vai, diga-se de boa verdade) e este ano calhou que Rogério voltasse a falar na Europa para os lados de Coimbra, a euforia é muia, mas eu aviso: se em Dezembro as coisas correrem mal, se calhar é preciso ir buscar Paciência (que hoje já perdeu em casa com o Braga, para a Liga Europa). A pré-época tem sido simpática, com algumas vitórias (como o 3-1 à Naval, 1-0 ao Belenenses que lhe deu a Taça Cidade de Águeda) e empates (1-1 com o Sporting da Covilhã, que lhe deu a vitória no Torneio Triangular da Covilhã depois da vitória frente à Naval) e uma derrota (1-2 com o Santa Clara). Falta jogar com o Tourizense, com o Nacional e com o Rio Ave. Começa o campeonato em Braga, frente ao antigo treinador, Domingos.
O FC Porto tem viajado à velocidade de cruzeiro esta pré-época. Uma equipa que se conhece, que sabe bem o que quer, que tem princípios de jogo bem definidos. O único problema é a integração dos reforços (que são MUITOS!) e a pouca rotina de jogo, perdida nas férias, que agora se tem de recuperar. Vai vencendo os seus amigáveis (3-1 ao Tourizense, 3-0 ao Mónaco, 3-1 ao Leixões) e até está na luta pela conquista da Peace Cup (meias-finais com o Aston Villa, passou o grupo com 0-0 frente ao Besiktas e 2-0 ao Lyon) e já ganhou o Torneio Albufeira Anima ao Dínamo de Bucareste (1-0). Nada de particularmente espectacular mas são bons indícios de um clube que está habituado a vencer e que, a ver pelos rivais (com o Benfica em franca melhoria e o Sporting em queda), vai fazer o pentacampeonato. Hulk tem dado nas vistas na pré-época, como seria de esperar, e será, se a equipa ajudar, uma das estrelas do campeonato que o Porto inicia em Paços de Ferreira. Também é com estes que vai iniciar a época, jogando a Supertaça de Portugal em Aveiro a 8 de Agosto.
A U.D. Oliveirense trocou de presidente mas manteve a equipa técnica e do núcleo duro de jogadores perdeu os dois melhores da época passada, Sérgio Grilo e Luís Coentrão. Reforçou-se consideravelmente bem (tendo em conta que o ano passado só teve 2 reforços nesta época) mas não me parece de todo um plantel competitivo o suficiente para lutar para ficar na Liga Vitalis. Contudo, se com aquilo que tínhamos o ano passado conseguimos a manutenção... O problema é que este ano não há Boavistas a abater... Os resultados da pré-época não foram nada de especial, derrotas por 4-0 com Marítimo, 4-1 com o Gil Vicente e 3-2 com o Santa Clara e uma vitória por 3-2 sobre o Sindicato de Jogadores. Começa amanhã a sério: recebe o Gil Vicente (pois, 4-1 no amigável, eu sei) no Carlos Osório para a Taça da Liga. Começa a Liga Vitalis em Varzim.
Eis o que diz Pedro Miguel sobre a suposta falta de reforços (retirado de Record Online):
«Jogar na Oliveirense não é para todos, pelo menos Pedro Miguel assim o defende. O técnico tem procedido a uma seleção criteriosa dos reforços para a nova época, exigência que explica o atraso na construção de um plantel que apenas tem 18 elementos a cerca de uma semana do primeiro jogo oficial, para a Taça da Liga (1 de agosto).
No ano passado muitos foram os jogadores que passaram por Oliveira de Azeméis à experiência sem convencer o técnico. Este ano já são 11 e até agora nenhum recebeu luz verde para assinar. "Só fica no plantel quem eu quero e quem quer mesmo jogar aqui. Só preciso de verdadeiros reforços, que acrescentem qualidade e ajudem a formar uma equipa competitiva", justificou.
Apesar do orçamento limitado e do tempo estar a esgotar-se, o técnico mantém a convicção de que a rigorosa seleção vai trazer dividendos a longo prazo. Contudo, reconhece que, no imediato, os efeitos poderão ser comprometedores: "Não é benéfico que nesta altura ainda nos faltem 7 jogadores. Isso pode significar mais dificuldades no início da época. Falta-nos encontrar o nosso núcleo duro, o que é preocupante."»