domingo, 17 de janeiro de 2010

Balanço da Década: Genéricos Televisão


Continuando o meu balanço da década, passamos agora para genéricos de televisão. Têm existido aberturas de séries tão boas que nem todas podem caber na minha lista, por muito que me custe (The O.C. e The Office são dois bons exemplos). Esta década tem sido generosa em grandes genéricos, tanto em séries de televisão como até em telenovelas portuguesas. Apesar de para este meu ranking só contarem séries de televisão, tenho que deixar aqui uma menção honrosa a dois genéricos "made in" Portugal, os das telenovelas Fascínios, Equador e Ilha dos Amores (particularmente as últimas duas são tocantes, vibrantes, profundas, tudo aquilo que deviam ser).


Então vamos agora para o meu top:


Sobre estes primeiros 10 não faço comentários, só comento os meus 10 primeiros...

20. Sex & The City
19. Entourage
18. CSI: NY
17. Friday Night Lights
16. Southland
15. Lost
14. The Sopranos
13. Grey's Anatomy
12. House, M.D.
11. Prison Break

10. Weeds

AQUI

A abertura de Weeds é tudo menos fora da conformidade. Retrata muito bem aquilo que a série quer falar. As imagens mostram-nos, de forma irónica, uma vizinha imensamente perfeita, ideal e absolutamente normal, com a música "Little Boxes", cantada todas as semanas num estilo diferente, a marcar o tom comédico de que elas precisavam para transmitir toda a sua verdadeira intenção. Muitos carros iguais a passar, o mesmo homem de negócios a sair da mesma loja de café, a mesma roupa em todos os corredores no parque... Como a protagonista do enredo é uma mãe dona de casa aparentemente normal mas que vende marijuana para sustentar a família a pessoas da vizinhança, percebe-se de facto como nada é o que parece naquele subúrbio.

9. The Wire



Imagens reais, profundas, de fazer pensar, completadas por uma bela música ("Way Down in the Hole"), esta é uma sequência que mostra bem a qualidade da série. O poder da voz soul da canção e as imagens marcantes assombram quem as vê e quase que as "obriga" a ver a série do princípio ao fim, sem interrupções, isto para quem não acompanhava; isto para quem acompanhava, era um prazer ouvir esta melodia.


8. The Simpsons



Esta será possivelmente a série com o melhor genérico de sempre, e conseguiram em 21 anos mantê-lo revigorante só mudando o final e o início de cada abertura. É basicamente um percurso pela cidade que nos mostra onde se encontram todos os membros da família Simpson, terminando com a reunião deles todos em casa para ver televisão. Muito bem pensado, muito bem escrito (muito actual e de acordo com temas de política, cultura, sociedade em voga) e divertido, sempre. Além do mais, será que encontramos alguém no mundo que não conheça esta abertura?

7. Desperate Housewives



Também esteve em consideração para meu número 1. O genérico de Desperate Housewives, criado por Marc Cherry, é só de si brilhante mas ainda mais brilhante fica quando completado pela fantásticam melodia de Danny Elfman. Ganhou muitos prémios este genérico. E com razão. O genérico usa vários quadros de diversas épocas para gozar e provocar um bocado acerca do papel da mulher nas diferentes sociedades. E é justamente tudo aquilo que a série precisa para a introduzir.

6. True Blood



O genérico da nova série de Alan Ball caracteriza na perfeição o ambiente em que se desenrola a acção do drama. Nada de original, mas de qualquer forma muito boa abertura para uma série também ela muito boa e, tal como a série, um pouquinho bizarra. Como disse, assenta que nem uma luva.

5. The United States of Tara



Os Estados Unidos da Tara são uma série nova protagoniza por Toni Colette, que faz de uma mãe dona de casa que tem síndroma da dupla personalidade e portanto basicamente Colette representa quatro entidades diferentes. O genérico traduz isso mesmo, mas em vez de se tornar aborrecido como muitas vezes as séries com cariz feminino tendem a ser, este opta por uma espécie de animação estilizada que funciona muito bem (ver Desperate Housewives/Mad Men) e que lhe dá um aspecto distinto...

4. Dexter




Só o coloquei em número 4 mas estou agora a pensar que o podia colocar mais acima. É só que tem mesmo partes que me fazem afastar um pouco do ecrã. A abertura de Dexter é muito pouco convencional tendo em conta o tema da série, que fala das peripécias da vida pessoal e profissional de um assassino em série. A abertura mostra simplesmente a rotina matinal diária de Dexter Morgan. Num enorme close-up. Com enorme detalhe. É um pouco desconfortável nalgumas partes mesmo, principalmente porque a edição e a captura da imagem é feita de uma forma que parece muito mais violenta e horrífica. Mas de qualquer forma, muito bom genérico.

3. Mad Men



Viva o design estilizado e animado de Mad Men. Eu sempre gostei deste tipo de sequências em filmes e é igual para séries de televisão. Estive até para colocar esta série em #1 mas acabei por não o fazer. Mas não sei, acho-o tão...grandioso. A culpa é dos violinos. Raio dos violinos. E dos anos 60. E porque parece tão bonito. A figura do homem a cair no meio de prédios com cartazes de anúncios dos anos 60, depois cortando rapidamente para o homem na cadeira, calmíssimo, a fumar... É demais para mim. Apesar de ser em 2D, parece 3D, o que o torna ainda mais impressionante.


2. Chuck



Achei que tinha que pôr este em 2º lugar. Pode não parecer o mais merecedor mas eu adoro-o tanto. Acho-o mesmo super engraçado, além de passar tudo aquilo que a série é. Extrovertida, disfuncional, hilariante. Afinal de contas, estamos a falar da história de um nerd informático que vira acidentalmente agente secreto. A sequência de abertura é super estilizada, cheia de atitude, de humor, de vibração. É o perfeito #2 para contrastar com o meu #1.


1. Six Feet Under



Não conseguia fugir ao genérico de Six Feet Under (Sete Palmos de Terra). Música idílica composta por Thomas Newman (um dos seus melhores trabalhos), acentua o tom da série, calmo, elegante, algo indiferente, impenetrável, frio, que funciona perfeitamente com o tipo de série que é, com o assunto e com a sequência de imagens que acompanha a música. É brilhante.

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