O que me trás cá hoje, é precisamente essa passagem.
Confesso que depois de pouco dormir, e de ler muitos textos sobre ritual tenho algumas dúvidas sobre o que possa vir a sair daqui.
Nestas alturas, costumamos fazer balanços.. Sobre o que se passou no mundo, no país, na sociedade.. Recordamos factos.. Mas mais do que recordar, percebemos de que forma é que muitos deles nos influenciaram..
O mundo pulou e avançou mais um ano, muitas coisas mudaram, novas situações surgiram.. E, se por um lado, os prémios perdidos fazem o balanço do que se passou cá dentro e lá fora, muitos de nós sentem necessidade de fazer esses balanços pessoais.. perceber o que de bom aconteceu, o que mudou e companhia..
Há quem, mais do que fazer balanços, estabeleça objectivos para o que aí vem..
E toda esta conduta nos diz algo sobre as nossas personalidades.. vivemos no passado, agarrados a memórias.. vivemos no futuro, programando tudo, fazendo gestões, hesitando, ponderando o que virá.. ou vivemos no presente (que eu tenho dúvidas se realmente existe)..
Quanto a mim, lembro-me do ano passado começar um texto aqui no blog, nesta época, dizendo que tinha acordado de uma forma diferente dos outros dias (Balada dum Estranho, JP).. E repetidamente, apesar destas passagens para mim não serem nada comemorativas, continuo a acordar de uma forma diferente dos outros dias. O presente diz que hoje estamos em 2010, e há sempre qualquer coisa de diferente nisso.. houve uma passagem, imersa em mitos e ritos, que ninguém pode negar.
E nisto já me perdi..
Acordamos muitas vezes de forma diferente, às vezes por bons motivos, outras vezes, por menos bons.. Ultimamente, há qualquer coisa de consciente num acordar sem despertador.. Haverá portanto um despertador biológico, humano, em função de uma acção ou pessoa.. (pensem lá: a miúda está doida, quem é que está com estas conversas nestes dias?)
Estou baralhada.. a culpa é dos demónios interiores (JP)
Estabelecer objectivos, fazer projectos, que saem sempre ao contrário, valerá a pena? (Passeio dos Prodígios, JP)
Não sei como será o meu ano, sei que vou ter que tomar decisões, coisa que detesto fazer, e isso não me deixa muito optimista (sim, Jorge, estar na eminência de acabar um curso não é o país cor de rosa que tu pintas)..
Mas serei eu mais um optimista céptico (JP), ou.. pessimista nato, do que qualquer outra coisa..
Nisto tudo, há muito mais para além do profissionalmente arqueológico.. há um mundo onde habitamos num bairro do amor (JP), há estrelas do mar (JP) na nossa vida e nós vamos ter que continuar (A gente vai continuar, JP) a brincar com o fogo (Gosto de Brincar com o Fogo, JP) na estrada da vida, onde sucessivamente perdemos comboios, e reencontramos pessoas (Olá, Cá estamos nós outra vez, JP). Haverá noites sem rumo (Tatuagens, JP e Mafalda Veiga) que nos levam a sentir estranhos quando acordamos (Balada dum Estranho, JP). Vamos andando por aí, a tentar evitar dramas e medos, mas é difícil encontrar aquelas pessoas que queremos.. e as coisas complicam-se.. (à espera do fim, JP). Vai haver dias em que eu vou dizer sim, e alguém vai dizer não (escuridão, JP), vamos vivendo entre dois copos e um bom colchão, mas um dia, alguém vai dizer que vai arrancar, e que se lixem as obrigações (Obrigação, Meu amor não fiques prai a dormir, JP). Vamos encontrar pessoas com quem adoramos voar (Essa miúda, JP), mas vai haver um dia, em que não vamos saber onde aterrar (Voo Nocturno). Haverá dias mais positivos, e vamos encontrar quem goste do céu mesmo quando ele não é azul (Até mais não poder ser), cheira-me que vai ser alguém com olhos cor de pólvora e com uma silhueta com um mistério da criação (Cara d’Anjo Mau, JP) ou um qualquer Jeremias, que não quis alterar a constituição, mas que é um fora da lei nato (Jeremias o fora da lei, JP) e não é por isso que as coisas não vão funcionar.. Mas tudo isto nos vai fazer pensar se bebemos café ou vinho a mais, se pensamos demais, se as ideias fogem, estamos no sofá, e apetece-nos evaporar (Só mais uma história, JP).
Provavelmente, já estou a falar demais.. mas isso, é porque nos 365 dias do ano, nos vamos sentir frágeis, e precisamos de mãos no ombro (Frágil, JP). E quem diz que esse não é um dos meus dias? Será necessário saber quem sou eu de novo? Ou deveria antes perguntar, quem és tu na imensidão? (Quem és tu de novo, JP).
Um dia vamos dizer “Estou farto!” de saber o que querem de mim, quem me quer vender.. (Eles já estão fartos, JP) e talvez nesses dias nos venha a apetecer asfixiar a voz da razão (Poema flipão, JP) que coordena as vidas mais de uns do que de outros.. provavelmente, vamo-nos sentir todos picados pelas abelhas (Picado pelas abelhas, JP), cheios de marcas e perfurações, vindas.. de onde menos esperamos.
Mas sucedendo-se a dias assim, vamos encontrar um dia em que alguém vai dizer “Acorda menina linda anda brincar, que o sol está lá fora à espera de te ouvir cantar.. vem oferecer o teu sorriso ao dia que acabou de nascer” (Acorda menina linda, JP).. e quando isso acontecer, vamo-nos sentir confiantes e perguntar, afinal de que estás à espera? Vive, dança, não percas tempo a tentar ser feliz (Rosa Branca, JP)..
Podem falar (JP), mas ai Portugal, Portugal, continuas à espera? (JP)
Bem, para terminar, e depois de uma descrição muito sinistra do que poderá ser o meu ano, resta-me desejar-vos que corram atrás da vossa Maçã de Junho, que não desistam quando se cruzarem com Lobos Malvados, que tentem não combinar Encontros Na Estrada aos quais vão faltar. Espero que o ano vos Dê Lume, que não sejam Yoggis Pijamas (que por medo da desilusão não amam), e que se possam Encostar a quem realmente merece. Não repitam os vossos erros, Disse Fêmea, menina feita mulher que já cresceu (e menino feito homem também..) A vida vai-nos roubar sonhos, mas não desistam (estou a tentar convencer-me do que escrevo). Passem os serões habituais (Canção de Lisboa) na Terra dos Sonhos. Quando não souberem onde por as mãos, como o Zé da Cantiga, Durmam Tão Sossegados. Aceitem os convites para as festas do sol e do prazer, Deixem-se Rir. Vai chegar uma altura em que alguém vos vai Abrir o Sinal, e não se escandalizem quando o Centro Comercial Fechar. Esqueçam as Senhoras da Solidão, passem bons momentos Junto à Ponte, vão ao seu encontro, é por vocês que ela espera (tentem ver a lua, a serra do pilar, o rio douro, e as pontes, é poético :p).
Boa sorte na vossa tomada da Bastilha (Vermelho Redundante), não se esqueçam que anda sempre alguém por lá, não estão sozinhos ;)
Bom ano para todos os corajosos leitores, seguidores e visitantes do mundo está perdido..
E desculpem o tamanho dos votos de ano novo, mas eu sou uma espécie de vampiro, pelo que a inspiração (o ânimo e o desânimo) veio de muito lado..
*
3 comentários:
tu andas muito doida com as citações :P
Mas gostei do texto XD
Agora não andes aí com cara de anjo mau, "porque a vida é uma chatice e depois morre-se" :P
Bom Ano, com muitos dramas arqueológicos iihihih
p.s: cuidado com os baionos ecom as baiôônas dizem que são uma espécie perigosa e quando consumidos em excesso dão cá umas dores de cabeça (experiência própria) :P
axo k tens é um fetiche qq com o JP =P
Muito medo disto, a parte das citações do JP está muito confusa, tenho de passar para word, tirar as citações e depois pum.
Continuando houve 3 partes que me chamaram a atenção.
1 - "Acordamos muitas vezes de forma diferente, às vezes por bons motivos, outras vezes, por menos bons.. Ultimamente, há qualquer coisa de consciente num acordar sem despertador.. Haverá portanto um despertador biológico, humano, em função de uma acção ou pessoa..."
Isso ser verdade. medo :x for example, altura de aulas se não puser despertador e se tiver já bem interiorizado o horário acordo +/- sempre à hora que era suposto.
2 - "Estabelecer objectivos, fazer projectos, que saem sempre ao contrário, valerá a pena? (Passeio dos Prodígios, JP)
Não sei como será o meu ano, sei que vou ter que tomar decisões, coisa que detesto fazer, e isso não me deixa muito optimista (sim, Jorge, estar na eminência de acabar um curso não é o país cor de rosa que tu pintas)..."
Pois, isso ser muito xato. Todos último ano se passarmos muitas decisões termos de tomar. buah. não kero. xorar. Já para não falar relações, medonho isso.
3 - "boa sorte na vossa tomada da Bastilha (Vermelho Redundante), não se esqueçam que anda sempre alguém por lá, não estão sozinhos ;)"
ahah funny isso. mas tomada bastilha feia. absolutismo fixolas.
White man speaking xD
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