Bem, um workshop de dois dias, e que implicou uma tarde de "campo".. Uma sexta mais geo científica, que se misturou com uma tarde de prospecção, na quinta do Covo..
Um sábado mais arqueológico, oliveirense e futurista ;)
Foi um workshop multi disciplinar.. e, como foi referido, "o arqueólogo não tem que saber tudo, tem que colaborar com todos"..
Obtivemos precisas informações dos processos que a metodologia usada no Covo utilizou..
Foram também referidos alguns métodos de prospecção geofísica não utilizados e algumas limitações à respectiva utilização.. (humidade, presença de metais..
Foi também abordada a questão da prospecção geoquímica utilizada..
Claro que, algumas destas apresentações, pareciam, aos olhinhos de um pseudo futuro arqueólogo, demasiado científicas :)
De qualquer forma, importantes, no sentido em que o tipo de conhecimentos expressos não se ouvem numa qualquer faculdade de letras..
A importância destes métodos não é expressa nas aulinhas belas e amarelas.. E, certamente, passa ao lado de muita gente a utilidade que esta aplicação da geofísica tem para a arqueologia.
Quanto à visualização dos métodos.. uma experiência quase única.. oportunidades destas não devem saltitar muito por aí.. Assistimos portanto a todo o processo de recolha, tratamento e análise dos dados..
Já no sábado, e na óptica de manter viva a memória vidreira no concelho, foram apresentados os motivos que levaram à investigação da fábrica de vidros do Covo.. A importância da mesma, a sua longa permanência.. a importância de desenvolver estudos numa área pouco conhecida..
Os resultados das investigações.. que revelaram a presença de, provavelmente, três fornos.. a local de moagem de quartzo (única estrutura arqueológica visível..)
A questão curiosa da chaminé.. se calhar eram duas e não uma.. a minha fonte diz que, à 60 anos, ainda havia vestígios duma perto da pocilga..
Bem, deixando o Covo, seguiu-se a mesa redonda onde se discutiram outros casos da aplicação da geofísica à arqueologia..
O caso de Perdigões, em que a geofísica permitiu identificar muitos mais fossos do que os já conhecidos.. e permitiu o planeamento de intervenções seguintes..
Também houve relatos de prospecções falhadas..
A geofísica foi considerada uma técnica de diagnóstico.. Se, na medicina, ninguém abre um doente sem saber exactamente o que é que ele tem.. em arqueologia já não é bem assim..
Também foi referido que a geofísica, embora sendo "cara", permitia a minimização de custos.. E, quando há empresas de arqueologia que não a podem fazer, contratam outras de geofísica que o façam..
Discutidos foram também os cadernos de encargos, como fazer, quem.. e, de que forma, se podiam evitar os erros do Caderno de Encargos da Cava de Viriato..
Também se constatou a dificuldade de aplicar estes métodos na arqueologia urbana..
Houve quem apelasse à necessidade de tornar a geofísica apelativa.. e à formação de arqueólogos em geofísica, que pudessem acompanhar todos os processos dum trabalho..
No debate que se seguiu, foi referido que a geofísica trazia contexto à arqueologia, embora não datando..
Voltou-se a discutir a questão dos cadernos de encargos e a possibilidade de adjudicar a sua elaboração a empresas.. por outro lado, foram referidas as dificuldades autárquicas em adjudicar primeiro a elaboração dum caderno de encargos e depois, colocar esse caderno de encargos a concurso..
E, à semelhança do que se disse o ano passado em relação aos trabalhos arqueológicos e ao pastel de natal.. Quem vai ao médico quer saber o que é que tem.. Mas quem faz uma obra não quer encontrar nada..
"A geofísica trás mais problemas do que soluções"
Bem, viajando agora pela memória do vidro.. começamos com uma viagem pela História do Vidro em Portugal, com referência às principais publicações, fábricas, evoluções, introduções..
Passamos para uma perspectiva mais.. geológica.. abordando as matérias primas minerais presentes no vidro, nos fornos.. as tipologias do vidro.. (coisinhas que condicionam bastante a localização duma fábrica..)
Depois, uma intervenção muito poética e que fez sorrir muitos dos oliveirenses que assistiam às apresentações.. O património industrial vidreiro.. Classificando as investigações no Covo como uma etapa decisiva para o conhecimento da história do vidro.. Oliveira de Azeméis, um diamante em bruto, com um património espantoso..
Continuamos a jogar com as emoções, e seguiu-se a intervenção do Sr. Morgado sobre o dia-a-dia de um vidreiro.. Não faltaram as histórias e aventuras.. (Aqui, em trabalhos no Berço Vidreiro)
E continuamos na nostalgia dos bens perdidos.. A visualização de uma vídeo sobre o Centro Vidreiro do Norte de Portugal, as peças, os processos produtivos.. A produção de tudo e mais alguma coisa necessário ao funcionamento da fábrica.. [um vídeo que devia estar acessível a toda a gente..]
E, finalmente, para concluir, viajamos pelo que será o futuro do vidro.. as suas novas aplicações.. a sua resposta aos novos desafios..
Sem dúvida, extremamente produtivo :)
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1 comentário:
Ouvi dizer que faltaram lá bolinhos e outro tipo de comidinha!!!!!!!!
Hahahahaha
Bjocas
Marta
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