terça-feira, 18 de maio de 2010

Séries - Finais de Temporada #1

Bom dia! Venho hoje "ressuscitar" um tema antigo nas minhas crónicas aqui n'O Mundo Está Perdido: as séries de televisão. Não sei se ainda se recordam mas no fim do ano passado e início deste ano eu revia/criticava os episódios de várias séries que costumo acompanhar. Decidi que adoptaria uma nova estratégia: em vez de comentar episódio por episódio, deixaria a temporada terminar e comentava a série no seu todo. E é o que vou fazer, ao longo dos próximos dias, uma vez que estamos nos May Sweeps, os 15 dias em que as séries da TV norte-americana acabam (claro que cá em Portugal isso ainda vai demorar algum tempo...).


No domingo, 16 de Maio, acabaram as temporadas de duas séries da ABC, que passo a comentar:



DESPERATE HOUSEWIVES

Avaliação Global da Temporada: B

Uma temporada com altos e baixos, mas com excelentes episódios a fazer lembrar a enorme qualidade da sua temporada de estreia na televisão, que teve críticas estrondosamente positivas. Drea de Matteo foi claramente uma adição certeira por parte dos criadores da série, pois todas as histórias que a envolviam, além de serem claramente refrescantes, muito fruto da aproximação muito peculiar da actriz à personagem, contribuem de facto para o avanço da narrativa. Das nossas Donas de Casa, Eva Longoria Parker foi quem teve de longe a melhor temporada, estabelecendo-se indubitavelmente como a MVP: inúmeras cenas cómicas de excelência e um toque dramático especial em todas as suas intervenções. Numa só palavra: competência. De resto, a temporada começou com atenções focadas em Susan (Teri Hatcher) e no seu casamento, partiu depois para o affair de Bree (Marcia Cross), seguiu para os problemas de Gaby (Eva Longoria) com as filhas, depois com a gravidez de Lynette (Felicity Huffman), que viu depois aparecer um dos seus filhos gémeos com uma noiva russa e que decidiu tornar-se amiga do "estrangulador de Wisteria Lane" (numa interpretação digna de registo de Josh Zuckerman). Pelo meio, Mrs. McCluskey arranjou um namorado e Katherine (Dana Delany), ultrapassada toda a sua loucura, ainda arranjou tempo para partir para um affair lésbico com a stripper amiga de Susan (uma personagem que em nada contribui para a história a não ser para servir de desculpa para Delany poder abandonar a série por uns tempos, uma vez que vai protagonizar uma nova série na ABC, Body of Evidence). Um final, apesar de algo emotivo e de ter tido graça (em contrapartida com os restantes finais de temporada da série, onde morre sempre gente importante), assim-assim, com uma cena final digna de registo, como é desde já apanágio de Marc Cherry. Bem, vemo-nos em Setembro para o que será, possivelmente, a última temporada.

Melhor Interpretação: Eva Longoria Parker / Gabrielle Solis
Melhor Episódio: The Coffee Cup, 6.08 (B+)

Perspectivas para os Emmy? Tirando Drea de Matteo para Actriz Convidada (reminiscências dos seus tempos em The Sopranos podem ajudar à nomeação) ou até Kathryn Joosten, não consigo ver mais nada em que esta série possa ter perspectivas reais de ser nomeada.






BROTHERS AND SISTERS

Avaliação Global da Temporada: B-

Esta série tem tido temporadas substancialmente mais fracas a cada ano que passa e este ano ela atingiu novo nível de ridículo por vezes, com episódios autenticamente saídos de uma novela mexicana. Não obstante isto, há que dar valor aos episódios que realmente mostram o excelente drama que Brothers & Sisters são e há que dar os parabéns aos argumentistas da série, porque de facto este drama é dos que melhor diálogo apresenta na televisão actual. Uma temporada marcada por vários rombos em todas as personagens mas também com alguns momentos de felicidade, que assentou fundamentalmente em quatro grandes linhas narrativas: a doença de Kitty, a falência da Ojai Foods, a entrada de Luc na vida dos Walkers e o casamento de Justin e Rebecca. Assistimos ainda a outras histórias secundárias - Robert a desistir do seu lugar no Senado, a entrada (e saída) de Ryan Walker, Scotty e Kevin à procura de terem um filho, Saul a sair do armário e a proclamar a sua homossexualidade, as perdas financeiras de Holly e Nora a ocupar-se do seu centro para familiares de doentes de cancro, entre outras - com menor relevo. Quando a série voltar, já se sabe que vai saltar no tempo, não se sabe bem quando, muito dependente do que resultar deste episódio final, que conseguiu juntar todos os elementos que dão cor a esta série: o seu espectacular elenco, o melodrama e discussões habituais e a capacidade de surpreender. O acidente no final que vitima Robert e que deixa quase toda a família ferida há-de ter consequências - consequências essas que só vamos saber em Setembro, quando a série voltar. Em termos de desempenho do elenco, um ano especialmente fraco de Sally Field, com pouquíssimos momentos para brilhar e o mesmo se poderá dizer de Rachel Griffiths, que até teve em proeminência durante a temporada mas não se safou bem com as suas storylines. Eu diria que os maiores destaques foram mesmo Dave Annable, muitas vezes criticado pela sua personagem, Justin, e Calista Flockhart (Kitty), também sempre muito levada com indiferença pelos críticos televisivos. A adição de Giles Marini ao elenco resultou em pleno, funcionou para tapar uma clara deficiência da série e proporcionará muito possivelmente um complemento importante no momento de regenerar esta família depois da perda de Rob Lowe (Robert).


Melhor Interpretação: Calista Flockhart / Kitty Walker
Melhor Episódio: empate entre Newlyweds, 6.10 (B/B+) e Lights Out, 6.23 (B/B+)

Perspectivas para os Emmy: Eu diria que é desta que a série desaparece das cerimónias de prémios, pois não consigo ver como é que num campo tão cheio de competidoras este ano, Rachel Griffiths e Sally Field possam garantir nomeações - o restante elenco nunca teve poder para se impôr nos Emmy e, a não ser que Calista Flockhart ou Rob Lowe surpreendam (o que duvido muito), esta série está acabada - pelo menos, awards-wise.

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